"Eu acredito que ressuscitei" diz policial que dirigia viatura alvejada em Guarapuava

por Luciano Balarotti
Com informações de Marc Sousa, da RICtv
Publicado em 25 abr 2022, às 13h14. Atualizado às 13h20.

Em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da Record TV, neste domingo (24), o cabo Osmar Wendler, que sobreviveu ao ataque da quadrilha que tentou assaltar uma empresa de transporte de valores, em Guarapuava, no domingo de Páscoa, 17 de abril, contou em detalhes como foi a ação dos assaltantes que resultou na morte do cabo Ricieri Chagas. (Assista à reportagem completa abaixo).

Wendler dirigia a viatura que sofreu uma emboscada no momento em que saía do quartel da Polícia Militar e foi atingido por um tiro no peito, que só não teve consequências mais graves porque a bala foi desviada pelo telefone celular que ele carregava no bolso frontal do colete balístico que ele utilizava.

“Eu acredito que ressuscitei. Deus direcionou aquela munição para o meu celular”,

CONTA WENDLER

Ele recorda que saía para uma ronda rotineira junto com os cabos Ricieri e José Douglas Bonato, quando a equipe foi surpreendida pelos criminosos, que estavam fortemente armados.

“Quando a viatura estava descendo (a rampa da entrada do batalhão), começou a parar um monte de carro assim, do outro lado da rua, na frente. Daí até nossos piás falaram: ‘o que que é isso?’ E nisso já veio uma chuva de tiros de tudo que é lado”, conta, emocionado.

Nesse ataque, que deu início a estratégia dos bandidos de impedir que as forças policiais reagissem à tentativa de roubo à transportadora de valores, os três policiais que estavam na viatura foram baleados. E mesmo debaixo de tiros e com o carro danificado, Wendler conseguiu escapar do cerco para levar os colegas para o hospital.

“Era muito tiro, muito tiroteio, rajadas, tiro no meu peito. Eu fui atingido, meu Deus, eu fui atingido. O cabo Ricieri já caiu, assim, por cima de mim. O cabo Bonato já gritou ‘meu Deus, minha perna, socorro’. A impressão é que estavam pegando na viatura os tiros. E eu acelerava aquela viatura e ela não ia. Depois que eu percebi que ela não ia direito, que ia balançando assim né, tinha um pneu furado”,

relata o cabo, que conseguiu chegar ao hospital mesmo sem o pneu em um das rodas

Atingido no peito, Wendler escapou sem maiores ferimentos graças ao celular e ao colete balístico. O cabo Bonato, que levou um tiro na perna, teve alta hospitalar na última quarta-feira (20) e se recupera em casa. Já o cabo Ricieri não resistiu aos graves ferimentos e morreu no sábado (23). Ele foi sepultado em Guarapuava na manhã desta segunda-feira (25) após receber inúmeras homenagens de seus colegas da Polícia Militar. O governador Ratinho Júnior decretou, ainda no sábado, luto oficial de três dias em todo o Estado.

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