Os policiais militares foram afastados das funções até que as investigações sejam concluída
Testemunhas que acompanharam o que aconteceu antes do caso envolvendo a morte do estudante Ruhan Machado, 20 anos, no bairro Cajuru, em Curitiba, falaram com exclusividade com a RICTV Curitiba.
Há relatos do linchamento de um suposto estuprador no dia anterior na região e, depois, ocorrido o suposto confronto que terminou com a morte de Ruhan, na noite de segunda-feira (22). A família do jovem nega os fatos. Já a polícia, apresentou que teria sido utilizada pela vítima no confronto. Protestos e atos de vandalismo foram registrados na Avenida dos Ferroviários, no bairro Cajuru.
Segundo testemunhas, o ônibus da linha Vila Autódromo tentou passar pela Rua da Trindade com a Rua dos Ferroviários quando foi parado pelos manifestantes. Os passageiros foram obrigados a descer e, em seguida, o ônibus foi incendiado.
Diego, morador de Matinhos, no litoral, que morava com a mãe e com a irmã na capital, foi morto no domingo – um dia antes de Ruhan se envolver em uma confusão em um bar.
Segundo testemunhas, o jovem teria tentado agarrar uma menina de 12 anos – o que gerou revolta nos moradores, que o lincharam. Diego foi morto com golpes na cabeça, às margens do trilho do trem, e com tiros no peito.
Desesperada, a mãe do jovem nega que o filho tenha feito algo. “Mentira, é tudo mentira. Meu filho nunca fez nada para ninguém”, disse ao repórter Ricardo Vilches, da RICTV.
Uma testemunha disse que a menina teria dado um sorriso para Diego, 22 anos, e, em seguida, ele pediu um beijo. Assustada, a menina teria corrido em direção a casa da tia e pedido ajuda.
Segundo a tia, a menina procurou os parentes dizendo que tentaram passar a mão nela. Ao encontrarem Diego, ele teria assumido que realizou o fato. O tio da menina disse que havia marcas no braço da menina.
Ele conversou com Diego e com a testemunha ouvida pela reportagem, e ele assumido o ato. O tio, então, disse para Diego fugir do bar onde estavam para que nada acontecesse com ele. A morte teria sido motivada por vingança praticada por policiais militares parentes da vítima pelo suposto envolvimento no linchamento.
O Siate foi chamado para atender a ocorrência e foi impedido de se aproximar da vítima. Viaturas da polícia militar foram até o local para auxiliar nos trabalhos. Em meio à confusão, o jovem Ruan teria sido flagrado com uma arma, segundo a testemunha.
“Cinco, seis pessoas participaram do linchamento [do Diego]. Na hora, não deu pra analisar. Eu vim avisar a família dele”, disse o jovem que não se identificou. “Não vi ele dando tiro, vi que ele tava com a arma”, contou.
Na versão da testemunha, Ruhan teria corrido, se assustado e atirado contra a PM, morto em um suposto confronto.
Perícia em arma de fogo
A Polícia Civil deve realizar perícia e exame residuográfico, conhecido como exame da luva, para checar resíduos de pólvora e atestar se houve ou não disparo por parte de Ruan. O resultado deve ficar pronto em 10 dias.
Policiais militares afastados
Os policiais militares foram afastados das funções até que as investigações sejam concluídas. O procedimento é padrão dentro da corporação quando há confronto.
Assista à reportagem completa sobre o caso no bairro Cajuru envolvendo a morte de um jovem:
O repórter Ricardo Vilches traz os detalhes sobre o caso. Veja!