Facção que custeou acampamento no Palácio Iguaçu é denunciada à Justiça

por Giselle Ulbrich
com informações do Ministério Público do Paraná
Publicado em 8 fev 2022, às 22h23.

O Ministério Público do Paraná (MPPR) denunciou 29 pessoas investigadas na Operação Alcântara que, além de cometer crimes como homicídios e lavagem de dinheiro, teria custeado um acampamento na frente do Palácio Iguaçu, por vários dias, em fevereiro do ano passado. O acampamento era para protestar por melhores condições aos presos do sistema penitenciário no Paraná.

Conforme o MPPR, a facção criminosa em Paranaguá articulava a prática de crimes em diversas regiões do estado, mas tendo como foco a região litorânea. As investigações do MPPR, que contaram com o auxílio da Polícia Militar e do Departamento Penitenciário do Estado do Paraná, identificaram os principais líderes do grupo, em Paranaguá e outras cidades litorâneas, de onde enviavam ordens para os demais participantes da organização criminosa, presos e em liberdade, para o cometimento de diversos crimes.

Apurou-se ainda a existência de um esquema de recebimento e lavagem de dinheiro, mediante depósitos em contas bancárias de diversas pessoas ligadas ao grupo.

Manifestações

As investigações identificaram ainda que a organização criminosa teria fornecido auxílio financeiro para as manifestações pela melhoria das condições dos estabelecimentos prisionais e das regras para visitas aos presos, ocorridas em diversas regiões do Estado no início de 2021. O grupo teria financiado transporte e alimentação dos participantes.

Um dos atos ocorreu em Curitiba, diante do Palácio Iguaçu, no final de fevereiro do ano passado, com ampla divulgação na mídia – os manifestantes montaram um acampamento no qual permaneceram por vários dias em negociações com o governo, com diversas despesas custeadas pelo grupo criminoso, como a compra de tendas e a locação de dois banheiros químicos.

Líderes da organização teriam mantido contato diário com integrantes que estavam no acampamento, sendo atualizados sobre gastos, número de participantes e andamento das negociações com o governo estadual. O acampamento teria sido gerenciado segundo as regras do grupo criminoso.