Família denuncia que idoso morreu após erro em sessão de quimioterapia

Familiares afirmam que a morte de Milton Carlos Araújo, que tinha 69 anos, foi provocada por uma superdosagem dos remédios utilizados no tratamento de câncer

por Luciano Balarotti
Com informações do Portal R7
Publicado em 26 ago 2024, às 10h31.

Familiares de Nilton Carlos Araújo, de 69 anos, que morreu na sexta-feira (23), em Belo Horizonte, afirmam que o idoso foi vítima de um erro médico durante o tratamento de câncer. De acordo com os parentes, o paciente recebeu, em uma única sessão de quimioterapia, as quatro doses previstas para um mês de tratamento.

Familiares de Nilton Carlos Araújo, de 69 anos, que morreu na sexta-feira (23), em Belo Horizonte, afirmam que o idoso foi vítima de um erro médico durante o tratamento de câncer. De acordo com os parentes, o paciente recebeu, em uma única sessão de quimioterapia, as quatro doses previstas para um mês de tratamento.
Idoso recebeu todas as doses previstas para um mês em uma única sessão de quimioterapia (Foto: Reprodução/Record Minas)

O idoso fazia tratamento contra mieloma múltiplo todas as segundas-feiras no hospital no bairro Gutierrez, região oeste da capital mineira. Porém, no dia 19 de agosto, um enfermeiro diferente do habitual ficou encarregado de administrar a quimioterapia e, conforme o relato da família, aplicou quatro injeções, em vez de uma, como era previsto pelo médico.

“Eu questionei o enfermeiro, porque era diferente do costume. Perguntei se eram quatro mesmo, ele disse que sim e aplicou uma atrás da outra”, relatou Carolina Araújo, filha de Nilton, ao Portal R7.

Paciente começou a passar mal logo após a sessão de quimioterapia

Ainda de acordo com o relato da filha, Nilton já começou a passar mal na tarde daquele dia. Retornou ao hospital, recebeu atendimento e voltou para casa. Entretanto, continuou com a saúde debilitada com o passar dos dias. Na quarta-feira (21), a situação dele piorou e precisou voltar ao hospital, de cadeira de rodas, e precisou ser internado.

“Continuei falando que ele tinha tomado quatro doses, mas ignoraram. Acharam que era uma infecção, deram antibiótico, remédio pra dor, mas ninguém sabia o que ele tinha. Estava lúcido, mas à noite sentiu falta de ar. De madrugada, foi entubado”, relata a filha de Nilton.

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Carolina conta que o idoso ficou em coma induzido ainda na própria unidade, com estado de saúde instável, com alterações nos batimentos cardíacos e na saturação de oxigênio. Em seguida, ele foi transferido para outro hospital, no bairro Serra, região centro-sul de Belo Horizonte, na quinta-feira (22).

“Ele ficou no outro hospital e lá já me avisaram que a situação dele era muito grave. A pressão dele foi abaixando, já não estava respondendo bem. Ontem (sexta-feira) às 20h20 ele faleceu”, narrou Carolina. A morte ocorreu um dia após a a família registrar um boletim de ocorrência, logo depois que o idoso foi entubado.

Idoso respondia bem ao tratamento do câncer

A filha diz que, pouco antes da morte, a família e os médicos estavam esperançosos com a recuperação dele ao longo do tratamento. “Ele estava tão bem, a ponto de se curar 100%. Os médicos que cuidam ficaram bestas com a recuperação tão rápida do câncer. Ele respondia muito bem”, lamentou Carolina.

O corpo de Nilton foi sepultado no domingo (25), em clima de grande comoção. Diante da denúncia dos familiares, a Polícia Civil de Minas Gerais investiga o possível erro médico.

Hospital afirma que investiga o caso

O hospital MedSênior, onde NIlton fazia o tratamento, declarou que “lamenta profundamente o ocorrido e informa que está conduzindo uma investigação detalhada sobre o caso”. Segundo a unidade, “assim que apresentou reações adversas durante a quimioterapia, o paciente foi imediatamente transferido para um hospital de referência para receber os cuidados necessários”.

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