Faustão: conheça o miliciano morto e que provocou o incêndio de 35 ônibus no Rio

Publicado em 24 out 2023, às 10h42. Atualizado às 10h58.
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A tarde de pânico na zona oeste do Rio nesta segunda-feira (23), quando ao menos 35 ônibus e um trem foram incendiados, foi uma reação do principal grupo miliciano carioca à morte de Matheus da Silva Resende, conhecido pelos apelidos de Faustão e Teteus, segundo a polícia.

Ele morreu durante confronto com policiais civis ocorrido pela manhã em uma favela dominada por essa milícia na zona oeste do Rio. Resende era sobrinho do chefe da quadrilha e segundo na hierarquia do grupo criminoso.

Aos 24 anos, Resende era o “senhor da guerra” da milícia liderada por seu tio, Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, segundo afirmou nesta segunda-feira o governador do Rio, Cláudio Castro (PL). “(Resende) Era o responsável pela união entre tráfico e milícia, fazendo as narcomilícias”, disse.

A milícia de Zinho atua em três bairros da zona oeste (Santa Cruz, Campo Grande e Paciência) e, segundo estimativa da polícia, arrecada de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões por mês, com cobrança por oferecer suposta segurança privada a moradores e comerciantes e vender botijões de gás, sinal de internet e até galões de água.

A Polícia Civil considera que o miliciano estava sendo preparado para substituir o líder da quadrilha, seu tio Zinho – que, por sua vez, assumiu o comando do grupo criminoso em função da morte do irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko, em 2021. Resende era o responsável pelas ações armadas da milícia. Foragido, era um dos criminosos elencados no Portal dos Procurados, do Disque Denúncia.

Em setembro, Resende foi um dos seis denunciados à Justiça pelo Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) como responsáveis pelo assassinato do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, ocorrido em agosto de 2022 na zona oeste do Rio. Ex-policial civil, Jerominho foi preso em 2007 acusado de fundar a Liga da Justiça, a quadrilha de milicianos hoje comandada por Zinho. Condenado, passou 11 anos detido.

Segundo o Ministério Público do Estado do Rio, Jerominho tinha planos de retomar o comando da milícia e, por isso, foi morto pelos comparsas de Zinho, entre eles o sobrinho morto neste segunda-feira.