‘Fisioterapeuta dos famosos’ é condenado a 16 anos de prisão, acusado de mandar matar a ex

por Redação RIC.com.br
com informações de Marcelo Borges, da RIC Record TV
Publicado em 14 out 2021, às 07h15. Atualizado às 15h25.

O júri popular do réu Adriano Tiezerini, conhecido como fisioterapeuta dos famosos, foi realizado nesta quarta-feira (13), em Curitiba. Após mais de 13 horas de sessão, o homem foi condenado a 16 anos de prisão, acusado de ser o responsável por mandar matar a ex-companheira, Andressa Mendes. A suposta tentativa de latrocínio ocorreu em dezembro de 2018 e a mulher sobreviveu.

No banco dos réus, o fisioterapeuta dos famosos, que tem 40 anos, fez um apelo e negou que tenha tentado matar a ex. Entretanto, os jurados decidiram pela condenação por todas as acusações: crime contra mulher, com as qualificadoras de motivo fútil, violência doméstica e familiar.

O juiz Thiago Flôres Carvalho leu a condenação no final da noite desta quarta-feira e na sequência o fisioterapeuta retornou para o Complexo Médico Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O suspeito de ser o atirador ainda não foi identificado.

A equipe do RIC Mais tenta contato com os advogados Heitor Bender e Kaliu Aquim, que representam Adriano Tiezerini.

Relembre o caso – ‘Fisioterapeuta dos Famosos’

O acusado e a vítima se conheceram em 2012, em Santa Catarina. Depois, se mudaram para o Paraná. Tiezerini era conhecido no ramo esportivo brasileiro e atuava como fisioterapeuta de personalidades importantes.

Ele, no entanto, não aceitava ser contrariado, conforme descreve Andressa: “Todas as vezes que ele era confrontado com alguma mentira, ele mudava o perfil dele de príncipe para uma pessoa violenta, desequilibrada, que podia pegar o que tivesse perto e jogar na parede”, afirmou.

Durante os seis anos em que estiveram juntos, a mulher chegou a se afastar dos familiares, sem contar o que acontecia na relação. “Hoje, de fora, eu consigo ver nitidamente todos os sinais e consigo ver a manipulação. Na primeira discussão, ele quebrou a porta do quarto. Ele parou porque eu consegui entrar e ligar para a polícia. Foi onde acendeu a luz e eu falei ‘eu fiz uma grande besteira na minha vida’”, relata.

Foi então que ela decidiu sair da relação e deixar de se submeter aos episódios violentos.

“Eu fui para ajudá-lo a fazer a mudança, levar um gatinho de volta. Eu não fui porque queria uma reconciliação. Eu fui para me livrar do que estava acontecendo comigo em Florianópolis [SC]”, explica.

No dia 29 de dezembro de 2018, após almoçar em um restaurante na Praça da Espanha, em uma região nobre da capital paranaense, Andressa andou com uma amiga pela Al. Dr. Carlos de Carvalho para ir até uma farmácia. Em vez de Adriano dar uma carona a elas, ele recomendou que fossem andando e deu voltas na quadra com o carro. Foi aí que houve a suposta tentativa de latrocínio. Na ocasião, o atirador não levou nenhum dos pertences da vítima, apenas efetuou os disparos contra ela.

“A minha amiga comentou logo que a gente começou a caminhar: ‘que estranho, por que ele não trouxe a gente de carro?’. Óbvio que, depois, analisando todos os fatos, as coisas se encaixaram”, conta.

O atirador acertou quatro disparos em Andressa. A amiga dela saiu ilesa.

“Eu fiquei quatro dias na UTI e mais oito dias no hospital. Tinha um segurança que passava e fazia ronda. Eu me lembro que todas as noites eu pedi para ele entrar no quarto, olhar o telhado para ver se não tinha ninguém, para eu poder dormir tranquila. Algo já me dizia que era o que vinha sendo sinalizado desde 2012”, revelou Andressa.

Adriano foi preso meses depois no Rio Grande do Sul. Em entrevista exclusiva ao Balanço Geral Curitiba, após passar a responder em liberdade, ele explicou o ocorrido: “Quem sabe, sabe que é uma via pública. Você não tem lugar para parar. Eu segui em frente, dei mais uma volta, não encontrei elas novamente e na terceira volta foi quando eu vi um tumulto na minha frente”, alega.

O fisioterapeuta negou participação na tentativa de assassinato e pediu que o responsável fosse encontrado. Até o momento, o atirador não foi encontrado. Ainda assim, de acordo com a reportagem da RIC Record TV, as investigações colocam Adriano como o mandante do crime.

O que diz a defesa

Em nota, a defesa de Adriano declarou que “não existe qualquer tipo de prova que ligue Adriano ao verdadeiro autor do crime” e que o verdadeiro ”latrocida” permanece ”vagando livremente pelas ruas da capital”.

Os advogados Fabiano Bettega, Heitor Luiz Bender, Khalil Vieira Proença Aquim informaram ainda que irão recorrer da decisão e buscar a anulação da sentença.