Funcionário relata condições precárias de trabalho em empresa que jovem morreu soterrado
Um colega de trabalho do jovem que morreu soterrado por farelos de grãos dentro de um silo, em Cascavel, no oeste do Paraná, durante a tarde desta terça-feira (23) conversou, com exclusividade, com a RIC Record TV.
De acordo com um funcionário do local, que não quis se identificar, Everton dos Santos da Silva, de aproximadamente 25 anos, estava dentro do silo quando passou mal, caiu e foi coberto pelos farelos.
“A turma viu o que aconteceu, foi correr lá, mas aí já era tarde, ele já estava coberto. Até tirarem ele de lá, já tinham sufocado ele com o farelo de soja”,
conta o funcionário.
Além disso, ao tentarem pedir por ajuda, a equipe acabou chamando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e não o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate), que atende acidentes e realiza manobras de primeiros socorros. Por conta do local ser de difícil acesso, os médicos do Samu não conseguiram socorrer a vítima.
Ainda conforme o funcionário, as condições de trabalho da empresa são precárias.
“Já trabalhei ali no silo e sei que é perigoso. Trabalhava sem cinto lá e, se você escorrega, já era. O pessoal da empresa mandava a gente ir pro silo, mas não dava o cinto de segurança pra gente vestir, a obrigação deles era dar os EPIs. E também lá dentro é muito quente, a gente sai com a roupa pingando água. É muito abafado, aí você fica sem respirar, tem que sair pra conseguir respirar”,
relata o funcionário.
Por meio de nota, a empresa comunicou que as causas do ocorrido estão sendo apuradas e afirmou que toda assistência possível está sendo dada para a família e aos funcionários que estavam no local.