GM suspeito de ordenar atentado em condomínio é preso por injúria racial
Preso já é investigado por possível participação em ataque a tiros contra a casa da síndica
Apontado pela síndica como o principal suspeito de ser o mandante de um atentado a tiros ocorrido em abril, um guarda municipal foi preso por injúria racial contra outra moradora do condomínio, localizado no bairro Santa Cândida.
A prisão ocorreu na quarta-feira (8) à noite, depois do suspeito ter ofendido a vizinha Edna Aparecida de Jesus, que relata que os xingamentos são frequentes. “Ele começou a xingar, ele e a mulher dele, falando sua preta, sua negra, sua fedida. Daí eles (outros vizinhos) saíram e foi então que ele (o suspeito) começou a xingar mais ainda. Não é a primeira, nem a segunda, nem a terceira, nem a quarta vez, é direto. É uma perseguição total porque eu sou conselheira do condomínio”, conta a vítima das injúrias.
Os xingamentos foram testemunhados por um casal de vizinhos, que relata que o suspeito sempre ataca Edna e o filho dela. “Eu ouvi ele xingando, e já ouvi a Edna chorando. Eu vim aqui na delegacia também porque ele disse que eu o ameacei, mas eu só saí ali para fazer a bagunça parar. É sempre a mesma coisa, toda vez que ela passa a gente tem que acompanhar a Edna porque ele sempre xinga ela. Até filho dela, quando vai jogar o lixo, a gente tem que acompanhar até a lixeira”, afirma Rincon Felipe, também morador do condomínio.
A vítima e a testemunhas foram até a Central de Flagrantes da Polícia Civil acompanhados pelo advogado que já representa a síndica na questão do atentado. Ele explica que já existe um inquérito policial anterior que investiga outros casos de injúria racial que teriam sido cometidos pelo suspeito.
“O que nos chama a atenção é que a injúria racial não é a primeira vez. Nós já temos um inquérito apurando justamente injúria racial. Há áudios comprovando essa injúria e nós queremos que haja uma reprimenda, uma condenação. O que nos chama a atenção é que esse casal ataca diretamente todas as pessoas que estão alinhadas com a síndica, o que nos traz um indício de que eles não querem que haja ordem e paz naquele condomínio”, ressalta o advogado Rodrigo Cunha.
Um áudio que as vítimas tiveram acesso e foi entregue à polícia mostraria o suspeito cometendo novas injúrias raciais. “Porque é tudo vagabundo. Pra mim, negro é vagabundo e quem se dá com negro é vagabundo”, afirma o áudio.
O suspeito, que é guarda municipal, não quis conversar com a equipe da RICtv, mas afirmou que entrará em contato com a produção para apresentar a sua versão dos fatos.
Atentado a tiros contra a casa da síndica
A casa da síndica foi crivada de balas na noite de 13 de abril. De acordo com a polícia, o atentado foi uma forma de mandar recado e não uma tentativa de homicídio.
Durante o ataque à casa da síndica, as janelas, portão, parede e muro ficaram com as marcas de tiros e, por pouco, os próprios moradores não foram atingidos. As câmeras de segurança do condomínio flagraram a chegada do atirador e a de um acompanhante, que ficou ao lado de fora.
A vítima acredita que o atirador entrou em um comércio ao lado, subiu pelo telhado e pulou para dentro do residencial. Já a polícia deduz que o homem seja uma pessoa conhecida porque um cachorro o acompanha sem se incomodar com a suposta presença estranha. Por isso, o delegado Rogério Lopes acredita que o indivíduo já tem algum histórico de frequentar o condomínio.
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