Golpe: Tatuador oferece desenhos baratos e faz vítimas nas redes sociais
A Delegacia de Estelionato de Londrina, no norte do Paraná, investiga um tatuador pela suspeita de aplicar golpes em clientes por meio de promoções e brindes oferecidos pelas redes sociais. Os valores do serviço oferecido ficam muito abaixo dos preços de mercado, mas as tatuagens não são feitas e as vítimas perdem o contato com o suposto tatuador.
Sob a justificativa de usar os clientes como tela para mostrar o trabalho, o tatuador oferece desenhos que teriam valores de R$ 400 a R$ 500 por até R$ 150, mas o problema é que o barato sai caro depois do pagamento via Pix. Além disso, sem estúdio fixo, os clientes não conseguem reclamar ou pedir o reembolso dos valores enviados.
Um dos clientes entrou em contato com o perfil de Valmor Augusto, com mais de 19 mil seguidores, no início de fevereiro para fazer uma tatuagem do gato de estimação, mas estranhou o desespero do profissional, que chegou até oferecer outro desenho de graça. “Depois do pagamento de R$ 200 via Pix, os agendamentos foram desmarcados várias vezes”, contou.
Outra vítima perdeu R$ 360 por conta do pagamento de um desenho de flores no braço, que seria a oitava tatuagem no corpo. Ela conheceu o perfil no Instagram por meio de uma amiga, que recebeu a promessa de ganhar uma tatuagem se indicasse outras pessoas para o serviço. Depois do pagamento, ela não conseguiu mais contato com o suposto tatuador.
A reportagem do Grupo RIC foi até o endereço divulgado nas redes sociais, mas a sala comercial em uma galeria está fechada e os vizinhos afirmam que as atividades no estúdio foram encerradas recentemente. Por telefone, o tatuador também não atendeu a reportagem e ainda não respondeu as mensagens pelas redes sociais.
“Está sendo recorrente, não é só uma má prestação de serviço ou desacordo comercial. Ao que tudo indica, ele oferecia o valor abaixo do valor de mercado para atrair as vítimas e capitalizar os valores e não prestar o serviço. Ou seja, existem indícios da prática de estelionato”, avalia o delegado Edgard Soriani.
Ele aconselhou que o cliente desconfie de valores abaixo de mercado e profissionais que não são conhecidos e não apresentam conhecimento no serviço ofertado. “O suspeito anunciava pelas redes sociais, sem um local físico de atendimento. Então, se não cumprir com o acordado, o cliente vai procurar qual o estabelecimento para reclamar da má prestação ou do serviço que não foi entregue?”, acrescentou.
Quatro vítimas que procuraram a delegacia serão ouvidas e devem apresentar provas, como os pagamentos via Pix, anúncios e propagandas do tatuador, que também será intimado a prestar esclarecimentos em depoimento para a Polícia Civil.