por Redação RIC.com.br
com informações de Tiago Silva, da RIC Record TV Curitiba

O homem preso nesta quinta-feira (8) por tentativa de assassinato contra um motorista após um desentendimento trânsito foi identificado como o ex-policial militar Rafael Dantas. O crime ocorreu na Avenida República Argentina, no bairro Portão, em Curitiba, por volta das 23h da última sexta-feira (2). 

Segundo informações apuradas pela RIC Record TV, Dantas trabalhou na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) entre os anos de 2011 a 2015, época em que fazia a segurança de deputados estaduais. No entanto, após responder alguns processos criminais, solicitou o desligamento da corporação. Em 2018, o ex-PM tentou a carreira política e foi candidato a deputado federal pelo Paraná pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), mas não se elegeu.  

“Ele tem um histórico policial, já respondeu por homicídio, Maria da Penha e denunciação caluniosa. Atualmente, ele trabalhava como empresário e estava também envolvido com política, tinha pretensões políticas. Mas era um cidadão comum, que numa briga de trânsito acabou perdendo o controle. Ele nem poderia estar andando armado às 23h da noite até porque ele tem apenas o porte para prática de tiro”,

explica o delegado Thiago Nóbrega, da Delegacia Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). 

Perseguição e tiros 

De acordo com a Polícia Civil, a vítima e o suspeito estavam parados em um semáforo quando ocorreu o desentendimento entre os dois. Irritado, o ex-policial sacou uma pistola e começou a atirar no outro condutor, que empreendeu fuga com seu carro, sendo perseguido por aproximadamente 10 minutos. A situação foi registrada por câmeras de segurança. Assista abaixo:

Durante a perseguição, Dantas continuou atirando em direção ao carro da vítima e colocou em risco vários pedestres e pessoas que estavam em outros veículos, que chegaram a se jogar ao chão para se proteger dos disparos.

O carro da vítima levou cerca de 10 tiros. Um dos disparos acertou o encosto de cabeça do banco do motorista, que por pouco não foi atingido. O delegado ressalta que Dantas só parou a perseguição quando o homem abandonou o carro e fugiu a pé. 

“Por sorte não atingiu a vítima, porém, ela teve seu pneu estourado por um disparo de arma de fogo. Ela acabou abandonando o carro e fugindo a pé. Somente nesse momento, quando ela abandona o carro e foge é que o agressor acaba desistindo da perseguição e vai embora”,

diz Nóbrega.

Ainda segundo a investigação, assim que Dantas deixou o local, a vítima ligou para Polícia Militar. No entanto, o ex-policial fez o mesmo e alegou que teria sido vítima de uma tentativa de assalto e trocado tiros com assaltantes. Para o delegado, a versão é fictícia já que todas as testemunhas afirmam que apenas o ex-policial estava atirando

“A vítima em nenhum momento efetuou nenhum disparo no carro do suspeito e todas as pessoas que nós ouvimos confirmaram a versão da vítima, ou seja, que ela foi perseguida. Inclusive, moradores da região tiveram que se abaixar, se esconder, com medo de serem alvejados pelos disparos que eram efetuados em via pública. Todos relataram que o único que atirava a perseguia era esse suspeito”,

completa Nóbrega. 

Para a polícia, a forma de agir do ex-policial caracteriza uma tentativa de homicídio, ainda mais porque ele gastou todas as suas munições contra a vítima. 

“Apesar de tudo ter se iniciado com uma briga de trânsito, por uma besteira, um motivo fútil, o suspeito não se contentou em apenas bater boca, em entrar em desacordo com a vítima, ele fez questão de persegui-lo, efetuou diversos disparos de arma de fogo. Disparos esses que somente cessaram quando esgotaram-se as munições, ou seja, deixando claro que sua intenção era sim o de alvejar a vítima, por isso, a gente acabou enquadrando aí como uma tentativa de homicídio”,

finaliza Nóbrega. 

De acordo com o delegado, Dantas declarou que só irá se pronunciar em juízo.

8 jul 2021, às 15h20. Atualizado às 15h29.
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