Após quase três anos do crime e dois adiamentos do julgamento, Luis Felipe Manvailer vai a júri popular a partir de amanhã (10), em Guarapuava. O biólogo é acusado de matar a esposa, a advogada Tatiane Spitzner, em um episódio trágico que chocou o país em 22 de julho de 2018. 

A situação repercutiu e ganhou espaço em rede nacional devido às cenas fortes das câmeras de segurança, que flagraram uma briga entre o acusado e a esposa, no prédio onde o casal morava.

Nas imagens, foi possível observar atitudes violentas de Manvailer, que praticamente arrastou Tatiane para dentro do elevador que levava ao apartamento e, após a queda da vítima, o acusado aparece levando o corpo da jovem novamente para cima e limpando o sangue das áreas comuns do edifício. 

Manvailer teve o julgamento adiado por duas vezes, uma delas por quesitos técnicos e outra em razão da suspeita de covid-19 de um dos advogados do caso. O biólogo está sendo acusado de feminicídio e fraude processual, mas alega que a esposa teria cometido suicídio.

O advogado Gustavo Scandelari, assistente da acusação, afirma que a família de Tatiane está tranquila e confiante no veredicto condenatório. 

“Existem diversas provas, como o laudo do Instituto Médico Legal (IML), que atesta que a morte se deu por asfixia, dentro do apartamento, além dos vídeos que mostram as agressões no carro, no elevador e das atitudes do réu após a morte de Tatiane, que limpou os vestígios e fugiu de carro”.

Detalha o advogado. 

Scandelari também refuta a tese da defesa de Manvailer de que Tatiane teria depressão e teria cometido suicídio. “Um médico avaliou Tatiane poucos dias antes de ser brutalmente assassinada, atestando que estava plenamente saudável, sem nenhum sinal clínico de depressão. O réu preso nunca se manifestou sobre isso”, afirma Scandelari.

Relembre o caso 

Na noite de 21 de julho de 2018, câmeras de segurança flagraram o casal, Luis Felipe Manvailer, de 32 anos, e Tatiane Spitzner, de 29 anos, em uma discussão dentro do carro de Tatiane, enquanto chegavam no apartamento onde moravam, em Guarapuava. Nas imagens, é possível observar o momento em que Tatiane tenta se desvencilhar do marido, que a obriga a entrar no elevador que leva ao apartamento. 

Já durante a madrugada do dia 22, as câmeras registraram Tatiane caindo da sacada do apartamento, no quarto andar do prédio, e na sequência Manvailer indo até a calçada onde estava o corpo. O vídeo mostra ele arrastando a esposa até o elevador e depois, com outra roupa, limpando o local sujo com marcas de sangue.

Manvailer fugiu e foi preso após bater o carro próximo da divisa com o Paraguai, em São Miguel do Oeste. O corpo de Tatiane foi encontrado dentro do apartamento.

Para a polícia, Manvailer sustentou a versão de que Tatiane teria se jogado da sacada do prédio. No entanto, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a causa da morte foi por asfixia mecânica, provocada por esganadura e com sinais de crueldade. Além disso, testemunhas também relataram um relacionamento complicado do casal, com comportamentos violentos por parte de Manvailer. 

Tatiane Spitzner (Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

Com a repercussão, a data da morte da advogada Tatiane Spitzner se tornou o Dia de Combate ao Feminicídio no Paraná, um alerta para o combate aos diversos casos de feminicídio que acontecem no Estado.

9 fev 2021, às 15h14.
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