Justiça bloqueia R$ 330 mil de seis policiais civis e dois advogados por improbidade administrativa

por Daniela Borsuk
com Ministério Público do Paraná
Publicado em 2 fev 2021, às 12h33.

Seis policiais civis e dois advogados, investigados pelo Ministério Público do Paraná por atos de improbidade administrativa, tiveram o montante de R$ 330 mil em bens bloqueados. A decisão foi expedida em caráter liminar pelo Juízo da 2ª Vara da Fazenda Pública de Londrina. 

A liminar atende ao pedido feito pelo Núcleo de Londrina do Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria), em ação civil pública ajuizada após investigações demonstrarem que os suspeitos agiam como organização criminosa para obter enriquecimento ilícito. Os policiais, que estavam lotados no setor de furtos e roubos da 10ª Delegacia de Polícia de Londrina, foram afastados das funções. 

O esquema 

Os policiais suspeitos são investigados por exigir vantagem econômica indevida por meio dos advogados, também participantes do esquema. Os agentes públicos ainda estariam praticando cárcere privado como forma de coação e intimidação para o recebimento dos valores. 

De acordo com o Ministério Público do Paraná, os policiais apropriavam-se de bens móveis de particulares que eram alvos de diligências de buscas e apreensões, e solicitavam valores para não dar prosseguimento a inquéritos policiais. Além disso, indícios indicam que cobravam para restituir ou extraviar objetos apreendidos em operações policiais.

Até esta segunda-feira (1º), já foram bloqueados R$ 109.014,59 em dinheiro nas contas bancárias dos réus, bem como 21 veículos dos policiais e advogados processados.

Ministério Público do Paraná 

Em decorrência dos crimes apurados, além da ação civil, o MPPR também ofereceu denúncia contra as oito pessoas, sendo a mesma recebida pela 5ª Vara Criminal de Londrina no último dia 15 de janeiro (Autos 0074701-68.2020.8.16.0014). Entre os crimes apurados estão os de concussão, cárcere privado, peculato e corrupção passiva.