Laudo aponta que imagens de câmeras do local onde petista foi morto foram apagadas
Um novo laudo sobre a investigação do caso que envolve a morte do petista Marcelo Arruda foi concluído nesta terça-feira (2) e anexado a ação penal. Neste documento, os peritos revelam que imagens de câmeras de segurança, localizadas na entrada do clube onde acontecia o aniversário da vítima, foram deletadas no dia 11 de julho – dois dias após o crime.
Segundo a investigação, ainda não é possível afirmar quem foi o responsável pela exclusão das imagens ou se havia alguma configuração automática programada para deletar os dados. Durante o processo, membros da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu chegaram a revelar que somente membros da diretoria tinham acesso ao circuito de câmeras de segurança.
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As imagens excluídas são das câmeras localizadas na entrada do clube. Os equipamentos poderiam mostrar o momento em que o policial penal Jorge Jose da Rocha Guaranho teria acessado e deixado o local.
A polícia e o Ministério Público do Paraná (MP-PR) ainda não se pronunciaram sobre o novo laudo. Guaranho, que responde pelo homicídio duplamente qualificado, permanece internado na enfermaria do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, em Foz do Iguaçu, sem previsão de alta.
Investigação do caso
A Polícia Civil do Paraná descartou motivação política na morte do guarda municipal Marcelo Aloízio de Arruda, causada pelo agente penitenciário Jorge Guaranho. A informação foi divulgada pela delegada-chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Camila Cecconello, em entrevista coletiva.
“Não temos a alegação da subjetividade desse autor. Então, é difícil nós falarmos de um crime de ódio, que ele matou pelo fato da vítima ser petista. Segundo os depoimentos, que é o que nós temos nos autos, ele [o suspeito] voltou porque se sentiu ofendido com a escalada, o acirramento da discussão entre os dois”,
afirmou a delegada.
Segundo a polícia, o agente penitenciário foi indiciado pelo crime de homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e perigo comum. Durante as investigações, foram ouvidas 17 pessoas, entre testemunhas que estavam no local dos fatos e familiares do guarda municipal e do policial penal federal. A polícia também analisou imagens de câmeras.
Após a finalização do inquérito policial, em 15 de julho, o Ministério Público assumiu a investigação do caso da morte do guarda municipal. As investigações são responsabilidade conjunta do promotor de Justiça com atribuição natural para a matéria, em exercício na 13ª Promotoria de Justiça de Foz do Iguaçu (apuração de crimes dolosos contra a vida) e do promotor de Justiça designado pela Procuradoria-Geral de Justiça para o caso (conforme Resolução 4887), coordenador do Núcleo de Foz do Iguaçu do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).