Mãe cobra justiça após ver filha morrer ao sofrer queda de animal em haras

A mãe Gardenia Fernandes de Oliveira pede justiça pela morte da filha Pietra Raphaely Oliveira Rissato, de 10 anos, que aconteceu após uma queda em um haras, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). A mulher relata que houve problemas durante o atendimento médico em um hospital e outros familiares contam que a égua apresentava sinais no dia do acidente.

A ocorrência com a pequena Pietra aconteceu no dia 12 de maio, um domingo em que foi celebrado o Dia das Mães. Para comemorar a data, a família resolveu ir a um haras na RMC, onde já tinha frequentado outras vezes.

“Ela queria ser veterinária, era apaixonada por cavalos. Ela amava cavalos. Era uma criança dócil, amorosa, não consigo acreditar ainda, para mim não dá para acreditar que eu a perdi”, relembra a mãe.

Após chegarem no haras, mãe e filha tiraram uma foto juntas, porém, a mãe não sabia que aquele seria o último registro ao lado de Pietra. Logo na sequência, a filha iniciou a preparação para cavalgar em uma égua, entretanto, a avó da menina sentiu que o animal estava ‘dando sinais’ de algum problema.

“Por que esse animal está fazendo isso? Eu achei estranho aquele comportamento. Estava murchando a orelha, fazendo sinais. E ela se dizendo veterinária, ou estagiária, ela disse ‘não, está tudo bem’, e não tomou providências, deixou minha neta montar”, contou Maria Ivanir Fernandes de Oliveira, avó de Pietra.

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Logo que a menina subiu na égua, o animal fez um movimento brusco e caiu sobre a garota. Com o forte impacto, do equino que pesa aproximadamente meia tonelada, Pietra foi encaminhada com urgência para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Cerca de duas horas depois, a vítima já estava internada em um hospital referência da RMC.

Problemas no atendimento no hospital

Após chegar ao hospital, a mãe relata que percebeu alguns problemas no atendimento. Como era um domingo de Dia das Mães, a mulher informou que não havia uma equipe cirúrgica de plantão para a operação da filha.

“Ela chegou com a pressão arterial 2×2. Eu não consigo entender como eles deixaram uma criança com a pressão arterial 2×2, sem operar, das 17h30 até às 7h do outro dia. A médica me relatou, ela disse, ‘no dia que tua filha chegou a gente estava em desespero, porque a equipe cirúrgica não entrava de uma vez, estávamos vendo a hora de perder ela’”, desabafou Gardenia.

Pietra passou por uma cirurgia na manhã do dia 13 de maio e permaneceu internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) por cerca de 20 dias. Apesar da luta, a menina não resistiu e teve morte por falência múltipla de órgãos, choque séptico e infecção generalizada.

Enquanto a menina ficou internada na UTI, a mãe relatou que identificou problemas com relação à higiene no hospital. “Teve situações que visualizei enfermeira trocar fraldas dela e com a mesma luva fazer a limpeza do cateter, na sonda […] Isso eu registrei para levar para ouvidoria, mas minha prioridade naquele momento era a vida da minha filha”, lamentou.

Mãe de vítima de queda em haras cobra justiça

Após mais de 30 dias da morte da filha, a mãe revelou que já entrou com processo na esfera criminal contra o hospital. Gardenia relatou que perdeu outra filha em um acidente de trânsito, porém, ocorrência não gerou o sentimento de injustiça.

“Eu perdi outra filha em acidente de carro, mas na ocasião foi uma colisão com um caminhão. Naquela época eu não senti revolta nenhuma, porque eu entendi que era um trabalhador, buscando o sustento da família. Eu perdi meu marido, minha filha, minha sogra e um grande amigo da família na época. Só que desta vez da Pietra a revolta é muito. Tanto que já registrei boletim de ocorrência na esfera criminal. Não tem dinheiro no mundo que vai trazer minha filha, mas eu quero que eles entendam o mal que fizeram a nossa família”, concluiu a mãe.

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