Mãe e padrasto são indiciados por morte de jovem autista em Ponta Grossa
A Polícia Civil do Paraná indiciou o padrasto e a mãe do jovem autista encontrado morto em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tortura e cárcere privado.
O crime foi registrado em 18 de fevereiro. Segundo as investigações, a vítima era mantida em cárcere privado em um banheiro desativado, onde era mantido amarrado e amordaçado. No dia do crime, o próprio padrasto acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), dizendo que a vítima teve um ataque convulsivo.
De acordo com a Polícia Civil, as informações passadas pelo casal durante o depoimento não batiam. Uma das principais divergências identificadas pelos policiais foi o fato do padrasto dizer que tentou uma massagem cardíaca no jovem durante a convulsão, até a chegada da mãe no local. Mas de acordo com os investigadores, foram obtidas imagens do suspeito no quintal de casa, apresentando estar nervoso.
A polícia alega que os ferimentos no corpo da vítima mostram que ela já estava morta no momento da ligação do acusado. Os investigadores dizem também que o local do crime foi adulterado antes de ser acionado o socorro ao rapaz.
De acordo com o delegado Luis Gustavo Timossi, as provas coletadas indicam que o padrasto agrediu a vitima de forma violenta, o que resultou em sua morte.
Segundo o delegado, as primeiras agressões foram em 2018, quando a mãe iniciou o relacionamento com o agressor. A escola fez denúncias para a mãe, dizendo que a vítima apresentava marcas de cintadas e fivelas pelo corpo, além de perda de peso.
Como o jovem não falava, era difícil ele denunciar os abusos sofridos. Os policiais relatam que não foram encontradas fotos dele na própria casa, mas sim de outros filhos do casal, indicando que a vítima não eram desejada na casa.
Ainda de acordo com o delegado Luis Gustavo Timossi, apesar da mãe não estar em casa na hora do crime, ela será indiciada por omissão, permitindo que a vítima fosse agredida.
Um prazo adicional foi pedido para realização de novas investigações sobre o caso. O casal permanece preso.