por Redação RIC.com.br
com reportagem de Nader Khalil da RIC Record TV, Curitiba

A Justiça determinou nesta sexta-feira (16) que uma mãe que matou o próprio filho de três anos por esganadura em Curitiba é inimputável. Dessa forma, Caroline Carrilho Corrêa não irá à Júri Popular, mas terá que cumprir uma medida de segurança que prevê sua internação para tratamento psiquiátrico por 30 anos. 

De acordo com a advogada de defesa Jéssica Buiar, ela seguirá no Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana da capital, onde está presa desde 2020. No entanto, sua condição muda de detenta para internada. “Ela vai seguir presa no Complexo Médico Penal de Pinhais, só que agora na modalidade de internação. O juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri entendeu como medida de segurança a internação. Então, agora ela não está mais presa, mas sim internada e lá vai receber todo o tratamento necessário para que ela possa melhorar.”

Ela ainda explica que Caroline passará por exames periodicamente e poderá voltar às ruas quando for considerada curada. “De tempos em tempos, o próprio IML realiza exames e, a partir de um laudo que comprove que ela está bem de saúde, está bem psicologicamente, ela poderá sim ser colocada em liberdade”, completa Buiar. 

O advogado Alexandre Loper, que também defende Caroline, explicou ao repórter Nader Khalil, da RIC Record TV, que não há dúvidas que a tragédia foi causada por algum distúrbio de ordem psiquiátrica. Segundo ele, foi comprovado que antes de assassinar o filho, ela sempre foi “uma boa mãe, uma boa esposa”. 

“Foi feito um exame médico e ficou apontado de forma clara e inequívoca a inimputabilidade temporária dela em função de uma depressão profunda, que levou a cometer toda essa tragédia. No momento do crime, ela não era capaz de se autodeterminar e, por isso, não tem responsabilidade penal e esse foi o entendimento nosso e do Ministério Público”, pontua o defensor. 

Mãe mata o filho

Caroline assassinou o filho Issac Carrilho Barbosa no fim de setembro de 2020. O corpo do menino foi encontrado em uma área de mata na Cidade Industrial de Curitiba em cima de um saco plástico e ao lado de um ursinho de pelúcia.

Conforme apurado na época, a mãe chamou um táxi durante a tarde e solicitou que ela e o filho fossem deixados em uma estrada erma e logo se dirigiu para o matagal, onde, segundo ela mesma, matou a criança

A jovem com então 29 anos ainda tentou tirar a própria vida, mas não teve sucesso. Na sequência, andou até algumas residências que ficavam nas proximidades e pediu ajuda, pois teria sido “assaltada”. 

“Ela chegou para o vizinho e falou que tinha sido assaltada, esfaqueada e que tinham jogado ela no rio. Ela estava toda molhada. Só que esfaqueada como? No pulso? Era óbvio que tinha sido tentativa de suicídio”, contou a moradora Maria Eunice na ocasião. 

A área de mata onde a mãe matou o filho fica próxima à BR-277. (Foto: Reprodução/RIC Record TV)

Ela acabou socorrida por policiais rodoviários federais que estavam na região e só dentro da viatura, quando era levada para um hospital, revelou o que havia feito. Caroline chegou a permanecer hospitalizada por alguns dias e em seu primeiro depoimento, segundo o delegado que cuidava do caso, “não esboçou nenhuma reação emocional”

O pai do menino entrou em estado de choque ao saber da morte do filho. Ele fez questão de ir até o local onde o corpo foi encontrado e, conforme o relato de Maria Eunice, seus gritos podiam ser ouvidos a distância. “Ele chegou bem transtornado, gritando ‘por que meu Deus?’ Meu filho, por que ela fez isso’. Ele gritava dava para ouvir lá em cima na minha casa o desespero do pai”, disse a mulher à RIC Record TV. 

À Polícia Civil, o homem, que não terá a identidade divulgada, explicou que estava em processo de separação de Caroline

16 abr 2021, às 19h36. Atualizado em: 17 abr 2021 às 16h55.
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