Marginais invadem mesquita em Ponta Grossa(PR) e queimam o Alcorão
A Mesquita Imam Ali, que fica no Centro de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, foi alvo de intolerância religiosa, na madrugada de sexta-feira (26). Vândalos entraram no local e queimaram o Alcorão, o livro sagrado do islamismo, além de destruírem diversos outros objetos e símbolos religiosos.
Conforme a polícia, os vândalos arrombaram uma porta lateral do templo. Em seguida, além de atearem fogo ao Alcorão, também queimaram um quadro, que descreve os princípios da religião, e arrebentaram cordões de oração (Masbaha). Paredes da mesquita também foram danificadas.
Havia diversos eletrônicos no templo, como televisores e aparelhos de som. Porém nada foi furtado, o que denota um ato de ódio e intolerância religiosa. Os sistemas de segurança da mesquita estão em manutenção e, por isto, não captaram a invasão.
Os responsáveis pela mesquita acionaram a Polícia Militar e a Polícia Civil, que já instaurou inquérito e encaminhou a perícia papiloscópica ao local para localizar impressões digitais. Veja nota de repúdio da mesquia:
Confira a nota de repúdio emitida pela Federação Israelita do Paraná:
Chocadas com a violência perpetrada contra a Mesquita Iman Ali, de Ponta Grossa, a Federação Israelita do Paraná, em nome da comunidade israelita paranaense, e a B’nai B’rith Paraná, representante da mais antiga instituição de direitos humanos do mundo, vêm a público lamentar e repudiar, veementemente, as agressões sofridas pelos fiéis muçulmanos daquela cidade. Manifestamos nossa profunda solidariedade ao sheik Mahmoud Shamsi e à sua congregação em razão do vandalismo praticado pelo ódio islamofóbico, pela intolerância religiosa e pelo nefasto racismo.
É inadmissível que um templo religioso seja desrespeitado com invasão, pichações e a destruição, pela queima do livro sagrado do Alcorão. Episódios preocupantes como este, que repetiu outro ocorrido em 2015 na mesma mesquita, não devem ser tolerados. Pedimos às autoridades policiais e judiciais a apuração rigorosa dos fatos e a punição dos responsáveis pelo abominável ataque.“
A nota é assinada por Isac Baril, presidente da Federação Israelita do Paraná, e por Szyja Lorber, presidente da ordem independente B’nai B’rith, a mais antiga organização judaica em todo o mundo.
Intolerância religiosa é crime previsto no Código Penal e pode dar até um ano d eprisão, além de multa.