A médica Virginia Helena Soares de Souza, acusada de “antecipar” a morte de pacientes na UTI do Hospital Evangélico, em 2012, para liberar vagas na no internamento, vai a júri popular. Por causa das mortes, ela responde pelo homicídio qualificado.

A decisão de mandá-la a júri popular foi do Tribunal de Justiça, em sessão da 1.ª Câmara Criminal. Foram dois votos a favor de mandá-la ao Tribunal do Júri, contra um favorável à médica. Apesar da decisão, os desembargadores voltam a se reunir no próximo dia 10 de junho, para decidir se ela responderá por homicídio simples ou qualificado.

Depois de toda a investigação e decorrer da ação penal, em 2019 o juiz Daniel Surdi Avellar, da 2.ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba, impronunciou a ré, ou seja, a inocentou pelas mortes na UTI. No entanto, o Ministério Público do Paraná recorreu da decisão e conseguiu reverter essa decisão nesta quinta-feira (27).

A defesa da médica Virgínia informou que irá recorrer da decisão. “A defesa sempre confiou na Justiça e em todas as provas periciais e testemunhais do processo que indicaram inexistência de fato criminoso e irá recorrer em todas as instâncias. A médica é inocente e em toda a sua carreira tomou decisões baseadas em literatura.”, diz a nota oficial dos advogados de defesa da médica, Elias Mattar Assad e Louise Mattar Assad.

Virgínia era chefe da UTI do Hospital Evangélico. A primeira morte atribuída a médica, segundo a denúncia, ocorreu em 2006. E teriam sido várias até 2012. Porém o caso só veio à tona no ano seguinte, com a denúncia de que ela tinha provocado sete mortes para “desentulhar a UTI”.

Não é só Virgínia que irá a júri. Ela e mais quatro funcionários da UTI também sentarão no banco dos réus.

27 maio 2021, às 19h18. Atualizado às 19h39.
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