'Melzinho do amor': substância que ganhou popularidade em Curitiba pode ser fatal; entenda

por Daniela Borsuk
com informações de Record TV e RIC Record TV
Publicado em 21 maio 2021, às 15h15. Atualizado às 15h16.

Uma substância estimulante que promete ser 100% natural está ganhando cada vez mais popularidade em Curitiba: é o ‘melzinho do amor’. O produto, que virou moda em São Paulo em março deste ano, que está disponível pela internet e até mesmo em lojas físicas da capital paranaense, no entanto, pode ser muito perigoso para a saúde e conter componentes que não estão descritos na embalagem.

No rótulo do ‘melzinho do amor’, é descrito que o produto é feito de mel, própolis, agrião e guaco, ingredientes comuns para tratamento de doenças relacionadas ao sistema respiratório. O que não está descrito, porém, é que o ‘melzinho’ contém Sildenafil, componente usado em remédios para disfunção erétil, em uma dose equivalente a mais de dois comprimidos do medicamento, o popular ‘Viagra’ ou ‘azulzinho’. Isso foi comprovado através de análises em laboratório, conforme reportagem da Record TV.

O ‘melzinho do amor’ foi encontrado em diversas lojas de Curitiba, com preços em cerca de R$ 20 a R$ 25. O perigo é que a substância Sildenafil pode acarretar em uma “diminuição da pressão arterial que pode ser fatal”, de acordo com a perita farmacêutica Paula Carpes Victório e que pode ser ainda pior quando associada ao consumo de bebidas alcóolicas, que potencializam o efeito do estimulante. Para pessoas com complicações cardíacas, principalmente, o ‘melzinho do amor’ pode trazer diversos problemas.

Um empreendedor de Curitiba, Osvaldo Brasil, contou como foi sua experiência com a substância. “Peguei um dia lá, tomei um sachêzinho, um pacotinho do tal do ‘melzinho’, rapaz, não é que o negócio foi legal?”, contou.

“Deu assim, aquele super poder, aquela meia hora de luz, de iluminação, eu falei ‘cara, o namoro foi até bonito, me lembrou até meus 30 anos’. Passada ali uma semana, estava ali de conversa de novo, vamos namorar, fui lá tomar um banho, peguei o segundo pacotinho e tomei. E o que aconteceu: nada! Absolutamente nada. […] Ou seja, dependendo do organismo, dependendo da pessoa, pode funcionar ou não, porque tem dia que você tá pra cima, tem dia que você tá pra baixo, não sei se você me entende…”

Alertou Osvaldo Brasil.

Depois que analisou o rótulo e percebeu que não havia nenhuma certificação de órgãos reguladores da saúde, Osvaldo contou que não tomou mais o ‘melzinho’, com receio por não saber o que estava ingerindo e quais os seus riscos.