Menor que matou colega de bebedeira em Tunas do Paraná diz que foi legítima defesa

por Luciano Balarotti
com informações de Nader Kalhil, da RICtv
Publicado em 24 mar 2022, às 12h34.

O adolescente de 15 anos que foi apreendido no último domingo (20), suspeito de esfaquear e matar um homem de 43 anos, em Tunas do Paraná, no Vale do Ribeira, afirma que agiu em legítima defesa para se defender de um abuso sexual. O crime ocorreu após uma noite de bebedeira na casa da vítima, identificada como Arildo Gonçalves dos Santos, que tinha mandado de prisão em aberto e já havia cumprido pena por homicídio.

Sobre a motivação, o jovem, que confessou o crime, foi bastante direto em depoimento ao delegado Bradock, que investiga o caso:

“Porque ele estava querendo me c*”,

resume

A versão do jovem será investigada pelo delegado, que no entanto ressalta que não existe nenhuma testemunha que possa atestar o que realmente ocorreu na noite do crime.

“Segundo o menor, ele (o homem) tentou abusar do menor. E o menor, em um ímpeto de reação não ia deixar que isso acontecesse, é lógico que não, né. Acho que nesse caso aí houve quase que uma legítima defesa. Mas É difícil dizer porque é a palavra dele só. Agora nos autos vai ficar provado se houve isso realmente ou se não houve. Se houve isso foi legítima defesa. Se não houve, aí é outra história”, explica Bradock.

Independente das circunstâncias do crime, o que chama a atenção do delegado é a frieza demonstrada pelo adolescente após o fato.

“Ele começou a falar abobrinha lá e eu meti a faca. Cortei e mandei embora. Fui pra minha casa dormir”,

disse o jovem, em meio a risos, à equipe da RICtv que conversou com ele na delegacia

Além de não mostrar nenhum arrependimento, o jovem também faz pouco caso sobre o tempo em que poderá ficar recolhido em uma instituição de ressocialização.

“Uma hora a gente sai né. Toda ‘cadeia” não é eterna”, troça o adolescente.

Diante disso, o delegado Bradock destaca a importância do jovem seguir apreendido para que novos crimes não ocorram.

“Daqui há cinco dias ele tem que ser conduzido a um lugar de possível ressocialização. Se não tiver vaga, ele vai para tua. Aí pode ser que acelere o movimento dele de cometer um novo crime ou cometerem um crime contra ele também. Ele também pode ser vítima “, afirma o delegado.