Ministério Público do Trabalho investiga desabamento de laje em Foz

Publicado em 7 maio 2021, às 19h59.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) instaurou inquérito civil para apurar responsabilidades sobre o desabamento de laje em Foz do Iguaçu, que resultou na morte de duas pessoas há duas semanas. Caso sejam detectados responsáveis pela tragédia, o MPT poderá até ajuizar ação na Justiça do Trabalho contra quem causou o acidente. A obra, que estava interditada desde o dia do acidente, foi liberada com restrições nesta sexta-feira (07).

O procurador do trabalho de Foz do Iguaçu, Fabrício Gonçalves de Oliveira, informou que logo que o MPT tomou conhecimento do acidente, no mesmo dia instaurou, de ofício, o inquérito civil. O objetivo é apurar, investigar, para entender o que houve e quais as causas do acidente e, por óbvio, identificar eventuais responsáveis.

O MPT expediu ofícios a diversos órgãos de fiscalização e aguarda as respostas, para que a partir delas tenha relatórios periciais a respeito do acidente e possa decidir que atitudes tomar. Elas podem ser desde firmar um Termo de Ajusta de Conduta (TAC) com a construtora, ou até mesmo ajuizar ação na Justiça do Trabalho.

Desabamento

As duas mortes no acidente, que ocorreu na manhã do dia 22 de abril, foram do proprietário da obra, Luciano Henrique Alves Kleinschmitt, de 43 anos, e do engenheiro Alyson Ernani Gomes, de 27. Eles estavam fiscalizando possíveis irregularidades da obra, quando parte da laje provavelmente não aguentou o peso do cimento e desabou. Eles estavam embaixo da estrutura e morreram soterrados.

Em imagens de câmera de segurança da vizinhança, é possível ver que em cima da laje havia funcionários e há um grande corre corre deles tentando fugir do local em que o chão desabava em seus pés.

Clique aqui e assista o desabamento da laje

Além dos dois mortos, dois trabalhadores foram socorridos com ferimentos graves. Outro foi levado ao hospital com uma fratura no braço.

Obra liberada “parcialmente”

Desde o dia do acidente, a obra estava interditada, para que o Instituto de Criminalística pudesse analisar o local e elaborar laudos. Nesta sexta-feira (07), o acesso ao local foi liberado pela Defesa Civil, Polícia Civil e o Conselho Regional de Engenharia, apenas para que os responsáveis pela obra possam avaliar a situação e decidirem o que fazer. A liberação não autoriza o reinício da obra. Os portões continuam fechados e os funcionários em casa.