Ministro da Justiça pede tipificação e pena rigorosa a 'novo cangaço'

por Giselle Ulbrich
com informações de Camila Andrade, da RICtv
Publicado em 18 abr 2022, às 22h12.

O Ministro da Justiça, Anderson Torres, afirmou nesta segunda-feira (18), que encaminhou uma minuta de projeto de lei pedindo a tipificação do crime conhecido como “novo cangaço” na legislação penal. Ele ainda pede que a pena seja aumentada para que se consiga mais rigor no combate a este tipo de crime.

A fala do ministro foi motivada pela tentativa de assalto ocorrida em Guarapuava, no centro-sul do Paraná, na noite de domingo (17), quando uma quadrilha composta por cerca de 30 homens tentou assaltar uma empresa de transporte de valores na cidade. Os marginais geraram um enorme pânico, pegando pessoas que encontraram nas ruas para fazê-las de cordão humano, além de fechar acessos à cidade e trancar a saída do Batalhão da PM com um caminhão em chamas, para evitar a saída de policiais do local.

Os bandidos ainda promoveram um enorme tiroteio com armas de grosso calibre. Quatro pessoas foram feridas. Dois deles eram policiais e um está internado em estado gravíssimo, com um tirona cabeça.

Torres classificou este tipo de ação como terrorismo.

“Se você chega numa cidade, incendeia, toca fogo em banco, na polícia, isso causa terror nas pessoas. Na nossa opinião, isso é um tipo de terrorismo. E a gente precisa jogar duro com isso. Porque pessoas estão sofrendo. Povo está ficando extremamente assustado com isso e Estado não pode permitir esse tipo de coisa”,

afirmou o ministro, em entrevista à RICtv em Brasília.

O que é o “novo cangaço”

Não é só Guarapuava que sofreu com este novo tipo de crime, que está sendo batizado de “novo cangaço” e ocorre em áreas urbanas. Nele, as quadrihas invadem cidades, principalmente as pequenas, onde há pouco policiamento, acuam a polícia e impõem terror através de tiros, bombas, ameaças e reféns para roubarem bancos e demais locais que concentrem dinheiro.

Os bandidos, em geral, vem bem equipados (com carros potentes e equipamentos de proteção pessoal), além de bombas e armas de grosso calibre, muito potentes, com poder até de derrubar aviões. Este foi o caso do ataque em Guarapuava, em que os bandidos carregavam diversos fuzis e pistolas.