Mulher é mantida em situação de trabalho escravo para cuidar de cinco crianças
Vítima foi submetida a jornadas extenuantes e restrição de locomoção pelo pai dos menores de idade
Uma denúncia de um possível crime de abandono de incapaz teve uma grande reviravolta, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. Ao chegar no local da denúncia, a equipe do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) da Polícia Civil constatou que a situação, ao contrário do comunicado, caracterizava um caso de trabalho análogo à escravidão. Isso porque uma mulher, de 51 anos, estava sendo obrigada a cuidar, de forma ininterrupta, de cinco crianças e jovens pelo período de quase um mês.
Acompanhados por integrantes do Conselho Tutelar, os policiais do Nucria foram até a residência, localizada em um condomínio de alto padrão, depois de receber uma denúncia anônima. Conforme essa denúncia, haveriam cinco crianças sozinhas na casa, sem a presença de um responsável. Situação, portanto, que configuraria o crime de abandono de incapaz.
Mulher era submetida a jornada exaustiva e com restrição de locomoção
No entanto, ao chegarem à residência, os policiais foram recebidos pela mulher, que relatou ter sido contratada para cuidar de duas adolescentes gêmeas de 16 anos e outras três crianças de 9, 7 e 3 anos. De acordo com essa senhora, o pai das jovens e das crianças a contratou para um período de dez dias, enquanto ele faria uma viagem. Porém, este homem teria deixado a casa havia mais de 25 dias, obrigando a mulher a se responsabilizar em tempo integral pelo cuidado dos menores.
Segundo os policiais, ao obrigar a mulher a se responsabilizar pelos filhos em tempo integral, ao longo das 24 horas do dia, o pai das crianças cometeu o crime de redução análoga ao trabalho escravo, submetendo a vítima a jornadas exaustivas e restrição de locomoção. Isso porque, além de cuidar dos filhos do autor e da limpeza do imóvel, ela era impedida de deixar as crianças. Além disso, era ameaçada de que responderia pelo crime de abandono de incapaz caso saísse da casa.
Agora o homem deverá responder por esse crime, que tem pena que varia de 2 a 8 anos de prisão. Além disso, a vítima foi resgatada do local e encaminhada para a delegacia do 2º Distrito, que dará sequência às investigações. Da mesma, para garantir o bem estar das crianças e adolescentes, eles foram encaminhadas pelo Conselho Tutelar a uma instituição de acolhimento.
Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui