Mulheres têm perfis fakes criados para a venda de pornografia no Paraná
Um grupo de mulheres no Norte do Paraná foi alvo da criação de perfis “fakes” no Instagram entre este sábado (4) e terça-feira (7). As contas contém foto e nome das vítimas para tentar vender pornografia por meio de um link na biografia do perfil que direciona o usuário para a plataforma Privacy de compartilhamento de conteúdo por assinatura.
Leia também:
- UFPR alerta para golpe em usuários de e-mails da instituição
- Novo golpe do Pix surge nas redes sociais; saiba como escapar
O caso aconteceu com três estudantes moradoras de Ibiporã e Jataizinho, cidades vizinhas de Londrina. Até o momento de publicação desta matéria, os perfis falsos ainda não foram excluídos.
Uma das estudantes conta que logo após acordar nesta terça-feira (7) e abrir o WhatsApp se deparou com várias mensagens de amigos mostrando prints da conta fake, “Eu fiquei assustada, nunca tinha passado por isso, apesar de eu ser bem resolvida com o assunto fiquei bem ansiosa por ser exposta dessa maneira”.
Uma situação parecida foi registrada neste sábado (4) com outra jovem, de 22 anos, “Pegaram uma foto minha e escreveram que se quisessem ir além disso era para assinar os sites que eles colocaram, eu recebi várias mensagens, é horrível isso”.
Já no domingo (5), outra jovem de 19 anos também passou pela mesma situação. “Foi um momento de desespero, me senti com raiva, invadida”. Ela conta que ainda irá informar seus familiares sobre o caso para registrar um boletim de ocorrência.
Apesar das contas ainda funcionarem, as três vítimas realizaram mutirões para que elas fossem denunciadas e apagadas.
Veja imagens da conta fake criada com a identidade de uma das estudantes:
É crime cibernético
Segundo o advogado especializado em crimes cibernéticos, Fernando Peres, criar um perfil falso em uma rede social e usar o nome e a foto de outra pessoa é considerado crime de falsa identidade. Ele explica que a vítima pode solicitar a remoção da publicação que tenha sua foto para a plataforma em que ela foi postada. Caso a exclusão não aconteça, a empresa pode ser processada por danos morais, explica Peres.
“Neste caso, além do crime de falsa identidade, existe o crime o compartilhamento indevido”, disse o advogado sobre o autor do perfil fake tentar vender conteúdo pornográfico usando imagens de outras pessoas. Mesmo que o conteúdo compartilhado não seja íntimo, a prática é considerada criminosa.
O que fazer nesses casos?
Além de solicitar para a plataforma que o conteúdo seja apagado, Fernando aconselha a vítima a procurar um advogado para verificar as medidas que podem ser tomadas contra esses criminosos, como a identificação deles e a solicitação de indenização por danos morais.
De acordo com a Polícia Civil, é possível registrar um boletim de ocorrência na delegacia do município, de forma presencial ou on-line. Londrina, Ibiporã e Jataizinho não contam com delegacias específicas para crime cibernético. Neste caso, como o autor do perfil falso tenta vender conteúdo pornográfico usando imagens de pessoas reais, o boletim pode se enquadrar como “estelionato” na página da PC (clique e veja).
O Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber) opera apenas em Curitiba, na capital do estado, mas a organização orienta vítimas em todo Paraná. Para entrar em contato, é possível ligar no telefone (41) 3304-6800.