"Não mostraram tristeza", diz polícia sobre pais de bebê morto em UPA
A violência sexual contra a criança ainda não foi confirmada. A polícia também aguarda a confirmação sobre a síndrome do bebê sacudido
Os pais da bebê de 3 meses que morreu em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no bairro Sitio Cercado, em Curitiba, na madruga do último sábado (29) foram presos em flagrante e prestaram depoimento à polícia. Conforme o delegado Rodrigo Rederde, o casal não demonstrou tristeza ou arrependimento em relação à morte do filho.
De acordo com o delegado, a mãe mencionou que não tinha identificado nenhum problema na criança, já o pai mencionou que não participava dos cuidados da criança, pois trabalhava o dia todo.
“Ambos os genitores, falam com naturalidade, há um indicativo de possível frieza com a informação, porque os pais não demonstram nenhum tipo de tristeza ou ressentimento. Lógico, ainda estamos investigando, não vamos antecipar nenhum tipo de responsabilização sem um laudo na mão”, relata o delegado.
De acordo com Rederde, os dois estão presos. “Foram presos em flagrante, os dois se encontram presos pelo crime de estupro de vulnerável com resultado morte, a pena pode chegar até 30 anos de prisão. Continuam presos preventivamente, mas continuamos com a investigação para levantar mais informações e finalizar esse inquérito”, diz o delegado.
Bebê morto em UPA tinha sinais de violência
A violência sexual contra a bebê ainda não foi confirmada, a investigação aguarda o laudo pericial para determinar se houve o abuso. Além disso, também há sinais de que o bebê foi agredido.
“Há suspeita, de fato, o primeiro médico que fez o atendimento do caso, da UPA, mencionou a possibilidade de uma fissura de 3 centímetros na região genital da criança que veio a falecer e a possibilidade da síndrome do bebê sacudido. No entanto, temos que esperar o laudo pericial oficial, que é o que, de fato, segundo a lei, pode confirmar se isso é verdade ou não”, explica o delegado.
Bebê morto em UPA foi internado anteriormente
Segundo as investigações, há um mês e meio, o bebê já havia sido internado em outra ocasião. Na época, a criança foi internada no hospital pediátrico de Campo Largo Waldemar Monastier, mas os pais levaram o filho para casa sem alta. A bebê tinha problemas respiratórios e a alimentação era feita por sonda.
“Nesse internamento, havia manifestação, inclusive, da médica que fez o atendimento, de que não permitia a alta, era um tratamento prolongado. Mesmo assim, a mãe retirou essa criança de dentro do hospital, e levou para residência”, explica o delegado.
Conforme o delegado, os pais foram negligentes ao retirar a bebê do hospital sem a recomendação médica. Além disso, a residência onde o casal morava com os três filhos foi avaliada pela equipe de investigação. Segundo os relatos, a casa estava suja com lixo dentro.
Os casos de violência infantil podem ser denunciado em qualquer delegacia. Além disso, há os canais de denúncia 181, em casos mais urgentes é possível acionar a polícia pelo 190.
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