Onda de envenenamento de gatos em Cambé preocupa população
Cerca de 10 gatos morreram com sintomas de envenenamento, em Cambé, norte do Paraná. Márcia Regina Bras é cuidadora dos bichinhos. Ela leva para casa aqueles que estão abandonados e oferece o auxílio e o tratamento que precisam. Márcia já chegou a tratar de 30 gatinhos e atualmente está com 11.
“Eles chegam daí eu já noto pelo olhar, porque a pupila dilata, falta ar, eles começam a respirar cansados e depois começam a tremer e a babar muito. Têm diarreia, babam sem parar e começam a miar, tipo uivando mesmo. Enlouquecendo, né, porque mexe com o cérebro.”
explica a cuidadora.
Márcia colocou um portão para tentar evitar que os gatos saíssem de casa e fossem até outras residências. No entanto, os animaizinhos conseguem escalar e fugir por cima do telhado da casa. A cuidadora decidiu, então, instalar uma tela de segurança. O investimento, de quase R$2 mil, é para poupar as discussões com a vizinhança.
“O povo começou a ficar bravo, porque (os gatos) entram na casa. Eu sei que fazem bagunça, fazem xixi, cocô, da mau cheiro […] eu prefiro gastar e investir ali do que ter que sofrer, ver o gatinho agonizando, envenenado […] e não quero ficar vendo ele sofrer, morrendo.”
conta Márcia Regina.
A cuidadora acumula dívidas em clínicas e hospitais veterinários devido aos cuidados com os gatinhos. Por mês, com alimentação e higiene, são gastos quase R$ 300. Ela relata que, mesmo sem dinheiro, faz tudo isso para proteger os animais de maus-tratos.
“Hoje eu coloco nas mãos de Deus, porque mesmo doendo – dói para mim na alma – eu sinto pena do animal, que está sofrendo, mas eu sinto mais pena da pessoa, porque é uma pessoa que, infelizmente, não tem Deus, pessoa vazia, pessoa que não tem amor.”
finaliza a cuidadora.