Operação do MP investiga policial penal acusado de assédio e abuso contra detentas

Servidor é investigado por uma série de crimes, inclusive de estupro continuado com uso de ameaças contra uma presidiária

Publicado em 24 jul 2024, às 14h31. Atualizado às 14h32.

O Núcleo de Francisco Beltrão do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná (MPPR) realiza nesta quarta-feira (24) a Operação Acrasia, com o cumprimento de dois mandados de busca e apreensão contra um policial penal gestor da Cadeia Pública de Dois Vizinhos, no sudoeste do Paraná.

O Núcleo de Francisco Beltrão do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná (MPPR) realiza nesta quarta-feira (24) a Operação Acrasia, com o cumprimento de dois mandados de busca e apreensão contra um policial penal gestor de Cadeia Pública de Dois Vizinhos, no sudoeste do Paraná. A investigação é um desdobramento da denúncia que apontou que o agente estaria assediando sexualmente as detentas da unidade prisional, além de utilizar para benefício próprio o trabalho dos presos
Justiça afastou policial penal do cargo por 180 dias (Foto: Reprodução/Google Maps)

A investigação é um desdobramento da denúncia que apontou que o agente estaria assediando sexualmente as detentas da unidade prisional, além de utilizar para benefício próprio o trabalho dos presos. O MP cumpriu as ordens judiciais na residência do investigado e nas dependências da cadeia.

Investigação aponta que policial penal pode ter cometido cinco crimes diferentes

Ao longo das investigações, os promotores encontraram evidências que confirmariam não apenas o assédio sexual, mas o crime de estupro continuado contra ao menos uma detenta. Diante disso, a Justiça determinou o afastamento do policial penal pelo prazo de 180 dias. Além disso, determinou a apreensão de todas as armas de fogo do investigado, pessoais ou funcionais, com a suspensão de seu porte. Ainda proibiu que o investigado acesse as dependências da Cadeia Pública de Dois Vizinhos, bem como mantenha contato com qualquer detento ou detenta da unidade prisional.

“No início havia apenas um relato de assédio em face das presas. Entretanto, ao ouvir essas presas e outras testemunhas, ficou bem claro que não era apenas assédio mas, principalmente em face de umas das presas, estava sim ocorrendo o crime de estupro. Ele mantinha relações sexuais com ameaças de que ela seria desimplantada do local onde ela estava trabalhando, bem como seriam dificultadas as visitas de parentes, entre outras coisas do gênero”, explica o promotor Tiago Vacari.

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O Gaeco apurou também que o policial penal utilizava-se do trabalho de presos da unidade para benefício pessoal em sua residência. Além disso, ele vinha se aproveitando do cargo para praticar ameaças e coação no curso do processo.

Documentos apreendidos podem ser usados como provas no decorrer das investigações

Agora, o MP irá analisar os equipamentos eletrônicos apreendidos em busca de indícios e provas. Os promotores apuram o cometimento dos crimes de assédio sexual, ameaça, coação no curso do processo, peculato e estupro. Acrasia, a palavra que nomeia a operação, significa ausência de regra, ordenação ou comedimento.

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