Operação investiga envolvidos em golpe bilionário contra empresas estrangeiras

por Daniela Borsuk
com informações da Polícia Civil do Paraná
Publicado em 30 mar 2021, às 07h03. Atualizado às 07h04.

Nesta terça-feira (30), a Polícia Civil do Paraná realiza uma operação que investiga envolvidos em um golpe bilionário contra empresas estrangeiras. Os contratos fraudulentos superam R$1 bilhão. A ação ocorre simultaneamente nos estados do Paraná e Rio de Janeiro.

Desde as primeiras horas da manhã, os policiais civis atuam para cumprir dois mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão. Também foram determinados bloqueio de contas bancárias e sequestro de bens.

As buscas são realizadas em endereços relacionados aos suspeitos, em Curitiba, Pinhais e Macaé (RJ). O objetivo é apreender documentos que auxiliem na continuação das investigações.

A PCPR já identificou empresas vítimas do golpe em países como Chile, China, Noruega, Turquia, Hong Kong, Estados Unidos e Canadá. Somente uma das empresas chegou a depositar R$ 320 milhões na conta do estelionatário.

Conforme apurado, o principal suspeito pratica fraudes há cerca de quatro anos. Ele falsifica documentos públicos e particulares, e induz as vítimas a depositarem altas quantias na conta de sua empresa, sob a promessa de entregar produtos de proteína animal, como pés de frango. Acontece que as mercadorias nunca chegaram ao destino.

Para concretizar as “vendas”, o investigado apresentava aos clientes um portfólio, que atribuía a ele parcerias com empresas do ramo de proteína animal, todas com grande renome no cenário nacional.

O golpista solicitava pagamento de 10 a 30% do valor total do serviço, como sinal. O restante seria depositado após a passagem dos supostos produtos pela aduana, o que nunca ocorria. Quando as vítimas percebiam a demoram, entravam em contato e o suspeito inventava diversas desculpas, dentre elas a pandemia da Covid-19.

A PCPR identificou que o suspeito conseguiu receber ao menos R$3 milhões com as fraudes negociadas, pois algumas instituições financeiras se negaram a intermediar o recebimento de valores, ao verificar que a documentação apresentada era fraudulenta.

Os indivíduos devem responder por associação criminosa, estelionato, falsificação de documento público e particular.