Paranaguá registra série de homicídios ligados ao tráfico de drogas
Porto de Paranaguá e a rota do tráfico de drogas internacional seriam apontados como principais catalisadores dessa onda de violência
Paranaguá, no Litoral do Paraná, tem registrado uma série de homicídios ligados a disputas de facções envolvidas com o tráfico de drogas.
Devido ao Porto de Paranaguá, a cidade do Litoral do Paraná está na rota do tráfico de drogas internacional e facções têm disputado o domínio desses pontos de venda.
“Vemos muitas situações em que a vítima não é um criminoso contumaz, não é uma pessoa envolvida ou participante de uma facção criminosa. Aqui basta uma fotografia junto de pessoas envolvidas ou com um sinal de uma facção criminosa que já o suficiente para ser executada”, explica João Paulo de Souza, delegado da Polícia Civil em Paranaguá.
Em 2023, 116 mortes ligadas ao tráfico de drogas foram registradas no Litoral do Paraná, mais da metade desses crimes ocorreram em Paranaguá. Somente desde 11 outubro, sete pessoas foram assassinadas no município nessas circunstâncias.
Leia também:
- Família instala câmera e descobre que técnica de enfermagem agredia paciente acamada
- Familiares e universidade lamentam morte de estudante na Ponte da Amizade
- Idosa morta é identificada e marido preso “justifica” que casal brigava há anos
Confira a série de homicídios registrados em Paranaguá
- 11 de outubro – Ivan Mariano, 36 anos, foi executado a tiros. Ele tinha várias passagens pela polícia e estava em liberdade provisória desde abril de 2023;
- 23 de outubro – Pedro Henrique, 19 anos, executado a tiros em uma emboscada. Foi atraído ao local para trocar um carro por uma motocicleta;
- 29 de outubro – Vitor Hugo, 19 anos, morto com seis tiros. Autores chegarem em um veículo, vítima estava na frente de uma Unidade de Saúde acompanhando a esposa grávida;
- 6 de novembro – Carla Maria, 40 anos, foi executada em uma rua movimentada. Ela tinha passagem pela polícia, mas sem ser ligada ao tráfico de drogas. Um homem na garupa de uma moto teria efetuado os disparos. Carla estava com um rapaz, que foi atingido, mas sobreviveu;
- 9 de novembro – Lucas Korsanke, 31 anos, e Gabriel Gonçalves, 25 anos – Os dois estavam acompanhados de um amigo em uma festa. Os três foram chamados para uma rua lateral do local e lá foram baleados. Lucas e Gabriel morreram e o terceiro rapaz foi internado em estado grave, mas sobreviveu;
- 10 de novembro – Fernando Lima, 33 anos, foi morto a tiros. Um morador da região que chegava em casa, também foi baleado, mas sobreviveu.
“Uma das dificuldades é no tocante a testemunhas. Por estes homicídios aconteceram em bairros onde essas facções atuam, os sobreviventes e outras testemunhas acabam não repassando à polícia por medo de retaliação”, complementa de Souza.
A partir de dezembro, acontece a Operação Verão e um efetivo policial adicional é enviado para os municípios do Litoral do Paraná.
Mas segundo de Souza, esse efetivo adicional não é garantia de menos homicídios registrados no Litoral.
“Na comparação entre 2023 e 2024, nos mesmos meses, por exemplo, em janeiro de 2023 foram 15 homicídios, em janeiro deste ano foram dois ou três. Em julho do ano passado foram poucos homicídios e em julho deste ano foram 11. Depende muito das desavenças e da sazonalidade. Então independe a Operação Verão”, finaliza o delegado.
Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui