Parolin Território em guerra: falta de provas gera impunidade

Todos os acusados pelos crimes realizados no bairro de Curitiba não foram condenados ao final do processo

por Jorge de Sousa
com informações de Beatriz Frehner e Pedro Neto
Publicado em 27 set 2024, às 16h00. Atualizado às 14h48.
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Após a finalização do inquérito feito pela Polícia Civil do Paraná (PCPR) sobre os crimes da guerra no Parolin, em Curitiba, os acusados foram levados até a Justiça. Mas a falta de provas acabou por provocar impunidade no caso.

Parolin Território em guerra: falta de provas gera impunidade
PCPR foi responsável pelas investigações dos crimes no Parolin. (Foto: Reprodução/RICtv)

Com base em apurações realizadas e documentos obtidos com exclusividade, a RICtv apresentou desde terça-feira (24) a série ‘Parolin Território em Guerra’. Ao todo foram exibidas quatro reportagens que irão contar como a disputa pelo poder no bairro se transformou em um conflito com diversas mortes.

Todos os casos criminais levados pela PCPR à Justiça terminaram da mesma forma: com determinação de impronúncia dos acusados. Ou seja, todos tiveram o processo encerrado antes de irem a júri popular e por isso saíram livremente das acusações.

O juiz Daniel Avelar foi o responsável por emitir as sentenças nos casos do assassinato de José Fernando Pereira dos Santos e no atentado contra Maycon.

Avelar apontou que no caso de José, as armas utilizadas no crime não foram apreendidas pela PCPR.

Além disso, uma testemunha que estava com José no momento do crime, não conseguiu identificar os suspeitos porque eles estavam com o rosto coberto e estava escuro no local. Por medo de ser atingida, a mulher deitou no chão com o filho e fugiu.

Com apenas os relatos da testemunha sigilosa da PCPR, Avelar declarou que “não havia indícios suficientes” e que foram colhidas provas “totalmente frágeis”.

Já no atentado contra Maycon, uma das testemunhas do caso apontou que o acusado denominado Willian foi o responsável pelos disparos, mas que os outros suspeitos denunciados, Baé, Índio e Juninho PY sequer estavam no local do crime.

Avelar novamente criticou as provas apresentadas no caso e disse na sentença que “inexistem indícios suficientes de participação na empreitada criminosa”.

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Testemunha que poderia condenar suspeito foi ameaçada

Inquérito da PCPR mostra que testemunha não quis depor em juízo. (Foto: Reprodução/RICtv)

No caso do assassinato de Cléber Loureiro, uma testemunha viu o ocorrido e prestou depoimento à PCPR.

A testemunha apontou que viu o suspeito chamado Wellington disparar várias vezes com uma pistola semi-automática contra Cléber.

Mas essa testemunha não voltou para depor em juízo, nem por videochamada ou presencialmente no tribunal.

Ela alegou que foi ameaçada por telefone pela testemunha sigilosa que baseou as investigações da PCPR desde o início.  

Sem o depoimento dessa testemunha, esse caso seguiu os demais episódios criminais ocorridos na guerra do Parolin e não teve prisão dos acusados.

Parolin Território em Guerra

O quarto episódio da série Parolin Território em Guerra foi exibido nesta sexta-feira (27) e mostrou como as investigações da PCPR terminaram com a absolvição de todos os acusados.

A guerra entre facções criminosas no centro desta investigação jornalística com reportagem de Beatriz Frehner e produção de Pedro Neto.

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