Tragédia na BR-277: Polícia Científica ajuda a esclarecer acidente que matou oito

por Redação RIC.com.br
com informações da assessoria de imprensa
Publicado em 8 ago 2020, às 11h10. Atualizado às 11h14.

A Polícia Civil segue investigando o acidente, que aconteceu no domingo (2) passado, no km 76 da BR-277, em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. Foram mais de 20 veículos envolvidos e 30 vítimas, incluindo oito mortes. Para auxiliar neste trabalho, a Polícia Científica do Paraná tem feito análises de provas e exames complementares, para elaboração dos laudos periciais.

Ainda no dia do acidente, foi verificado o disco tacógrafo do caminhão, bem como todo o levantamento da dinâmica da colisão pelo perito de local. Na sequência, na segunda-feira, os peritos médicos legistas realizaram as necropsias e as vítimas foram todas liberadas, já devidamente identificadas para os seus familiares.

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Para o secretário da Segurança Pública, Marinho Soares, esta agilidade foi possível pelo esforço dos profissionais. “Soubemos que profissionais que estariam de folga e que ficaram impactados com o acidente, fizeram questão de colaborar com o trabalho da Polícia Científica. Além de demonstrar o respeito às famílias e vítimas, a força-tarefa demonstrou agilidade e competência de todos”, afirmou.

Foto: PRF.

Trabalho da Polícia Científica no acidente da BR-277

No local do acidente, peritos da Polícia Científica fizeram os procedimentos de medição, levantamento de dados e coleta de evidências. “O trabalho da Polícia Científica é contar a história do acidente, ou seja, explicar as causas e entender o que aconteceu“, explicou o diretor-geral da instituição, Luiz Rodrigo Grochocki.

Um dos profissionais que está trabalhando no caso é o perito criminal de acidente de trânsito e designer gráfico Fernando Imay. “O trabalho do perito de localística é fazer a coleta do maior número de informações possíveis acerca da ocorrência, para serem reproduzidas e analisadas, evitando ao máximo a perda de informações”, detalhou.

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Esta etapa do processo é a que determinará os passos seguintes na elucidação das investigações. Para tanto, segundo ele, a área de isolamento do caso é de grande importância para que os profissionais da Polícia Científica possam trabalhar.

“A preservação da cena de uma ocorrência que deixe vítimas fatais e que demanda um perito no local é uma das etapas mais importantes para que o trabalho de perícia seja efetivo. De nada adianta uma análise pericial extremamente bem feita em cima de elementos adulterados”, afirmou Imay.

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Foto: Divulgação/Sesp.

Análise laboral das provas e reconstrução da dinâmica do acidente

Após a coleta, todo o material é encaminhado aos laboratórios da Polícia Científica, onde passa por análises e exames complementares. “No caso do acidente, trouxemos, por exemplo, o disco do tacógrafo do caminhão envolvido. O qual apontou uma velocidade média de 75 km/h”, explicou o perito.

Após tudo ser analisado, o perito elabora o laudo pericial. “A gente faz uma reprodução do local, faz um diagrama técnico, no caso do acidente de trânsito e vamos verificar todos os vestígios e causas e faremos cálculo da velocidade de alguns veículos, por exemplo. Muitas vezes, é nesse momento que se forma a conclusão da causa do fato”.

Outra etapa do processo é a reconstrução da ocorrência. No caso do acidente da BR-277, de acordo com Imay, a ideia desta parte da perícia é entender o posicionamento dos veículos envolvidos antes do acidente. Será retratada a posição dos carros, onde estavam antes do embate com o caminhão. A análise, basicamente, é uma montagem de quebra-cabeça.

Para isso, são usados todos os recursos tecnológicos e manuais possíveis. “Usamos vários softwares, e o que mais for necessário. A gente busca tirar uma conclusão o mais completa possível, com o máximo de elementos que possam auxiliar a investigação policial judiciária. Tem que ser robusto, para responder qualquer dúvida técnica acerca do caso”, diz o perito.

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Foto: Colaboração.

Perito se impressionou com o acidente

A dimensão do acidente trágico na BR-277 realmente impressiona a todos e até mesmo quem já está acostumado com este tipo de situação. O acidente envolveu 23 veículos: 16 carros, cinco motos, um caminhão e uma viatura policial.

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Para o perito Fermando Imay, a dimensão da tragédia marcou sua carreira. “Após 10 anos de experiência como perito de localística e cinco trabalhando com acidentes de trânsito, esse foi, sem dúvidas, o maior acidente que eu já vi, então é muito impactante. O grau de lesão das vítimas também chamou muita atenção”, relatou.

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