Polícia prende suspeito de envolvimento na morte de líder comunitária do Caximba; homem é 'cabeça' do PCC no Paraná

por Redação RIC.com.br
com informações de Nader Khalil, da RIC Record TV Curitiba
Publicado em 16 ago 2021, às 12h57.

Um homem, de 34 anos, suspeito de ser um dos líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no Paraná, foi preso preventivamente por tráfico e associação ao tráfico de drogas. A captura aconteceu neste domingo (15), no bairro Caximba, em Curitiba. O homem, Alexsandro Machado Fragoso, também é suspeito de envolvimento na morte de Fabíola do Rocio Rebouças, líder comunitária do bairro que foi assassinada em 28 de abril deste ano.

De acordo com a Polícia Civil, o homem tinha dois mandados de prisão em aberto, um por tráfico e associação ao tráfico e outro por recaptura. Ele fugiu do presídio Estadual de Piraquara em 2017, durante uma explosão em um muro. Conforme as investigações, o suspeito autorizava as execuções praticadas pela facção, fornecia residência para que pessoas capturadas fosse torturadas e depois mortas, além de fornecer armamento.  

 O homem já tinha passagens por roubo, porte ilegal de arma de fogo, incêndio, fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança, disparo de arma de fogo e organização criminosa. 

Veja como foi o momento da prisão:

Morte de Fabíola

Alexsandro Machado Fragoso é também suspeito de envolvimento na morte da líder comunitária Fabíola e seria o mandante do crime. A vítima foi assassinada a tiros no dia 28 de abril deste ano, enquanto estava em uma cozinha beneficente do bairro. Conforme a delegada-chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Camila Cecconello, Fabíola estava ajudando a Prefeitura de Curitiba a obter dados dos moradores da região para que o município começasse uma reurbanização do bairro, mas isso acabou incomodando pessoas ligadas ao mundo do crime.

Fabíola lutava pela comunidade do bairro Caximba e foi morta a tiros em abril (Foto: Redes Sociais)

“Segundo as investigações, o que foi apurado até agora no inquérito, a vítima Fabíola era uma das líderes comunitárias do Caximba. A Prefeitura começou a fazer um projeto de urbanização no local porque temos muitas residências ilegais ali, que não estão adequadas. Quando a Prefeitura chega no Caximba e começa a procurar informações sobre essas residências, sobre os dados dessas residências, segundo as investigações, a Fabíola é a pessoa que fornece ajuda à Prefeitura e luta também pela reurbanização do local. E isso acaba afetando algumas pessoas que não querem ser encontradas nessas residências, que não querem fornecer dados de onde elas moram, pessoas ligadas ao tráfico e facções criminosas. Isso então é uma das linhas de investigações, a principal, que isso acabou incomodando muita gente, e uma dessas pessoas seria esse rapaz suspeito, o Alexsandro”.

explicou a delegada Camila.

O inquérito policial ainda não está concluído, mas a Polícia Civil acredita que outras mortes, além de Fabíola, possam ter sido registradas na região a mando ou com envolvimento de Alexsandro, principalmente casos ligados à facções criminosas.

“Vários homicídios, execuções praticadas pelo PCC, que tem o apoio deste rapaz, segundo as investigações que se faziam desde a época em que eu [delegada Camila] estava lotada na Denarc, ele prestava o apoio e fornecia cativeiros para que essas vítimas do PCC fossem presas, torturadas e depois mortas.”

descreveu Camila Cecconello.

A delegada ainda solicita que quem tiver informações sobre outros crimes relacionados ao suspeito denuncie os casos para a Polícia Civil, de forma anônima, para 0 0800-643-1121.

A polícia ainda não conseguiu chegar até o atirador, responsável por efetuar os disparos contra Fabíola e as investigações seguem para identificar e prender o suspeito.