Policiais são denunciados por violência contra aluno do Colégio Cívico-Militar de Imbituva

por Redação RIC.com.br
com supervisão de Giselle Ulbrich
Publicado em 10 set 2021, às 17h06. Atualizado às 17h32.

Dois policiais militares aposentados foram denunciados pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), nesta quinta-feira (09), por crimes praticados contra um adolescente, estudante do Colégio Cívico-Militar de Imbituva, município da região central do Estado. Os policiais – um é monitor e o outro é o diretor da escola – constrangeram, ameaçaram e agrediram fisicamente o jovem e ainda ameaçaram uma funcionária da Assistência Social do município para que ela não falasse tudo o que sabia.

Na denúncia, protocolada nesta quinta-feira (9), a Promotoria de Justiça relata que, no dia 6 de agosto deste ano, durante o turno escolar, o agente militar que atuava como monitor na instituição de ensino interrompeu uma aula que estava sendo ministrada e retirou um adolescente de sala. A razão seria repreender o aluno por ter desenhado uma folha de maconha e escrito a frase “vida loca” em sua carteira escolar.

O monitor teria ameaçado o estudante, afirmando “que já tinha matado vários e que ele não iria fazer diferença”. Depois, ainda o agrediu com um soco na nuca. Ao retornarem para a sala de aula, o policial ainda teria submetido a vítima a constrangimento, obrigando-a a limpar a carteira escolar na presença dos demais colegas de classe e da professora.

Tentativa de evitar a punição 

Após os fatos, tanto o monitor como o diretor-militar do Colégio, também policial, teriam procurado a equipe de psicólogos, pedagogos e assistentes sociais que atuam no município, solicitando que o ocorrido não fosse levado ao conhecimento do Ministério Público. Os agentes policiais também teriam pedido à secretária de Assistência Social para que “amenizasse” o relato sobre os crimes à Promotoria de Justiça. 

Segundo o MPPR, o diretor do Colégio Militar não adotou as medidas necessárias após ter conhecimento dos acontecimentos, cometendo o crime de corrupção passiva e prevaricação ao evitar a punição dos policiais. O diretor também foi acusado de ameaça, pois em conversa com a secretária da Assistência Social de Imbituva, teria afirmado que “ficou sabendo que já teve um caso de uma criança da Casa Lar tacar fogo no carro do conselho, que Deus o livre se fizer isso com meu carro, ainda bem que não tenho porte de arma”, insinuando que o adolescente poderia morrer, com um tiro, caso ele tivesse uma arma.

Caso a denúncia seja aceita pela Justiça, os policiais vão responder pelos crimes de ameaça, violência arbitrária, submissão de adolescente a constrangimentocorrupção passiva e prevaricação. A ação penal tramita na Vara da Auditoria Militar.

Afastados

A Secretaria Estadual de Educação do Paraná (Seed), informou que tanto o monitor, quanto o diretor do colégio, foram afastados das funções e, neste momento, a escola está sem militares ativados no momento. A Seed disse que também encaminhou o caso para a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), para que tome as providências necessárias.