Policial da PRF que ensinou tortura em vídeo, é demitido pelo Ministério da Justiça

"Farei um vídeo e falarei tudo o que sei e jogarei toda a merda no ventilado", disse o ex-policial nas redes sociais

Publicado em 19 ago 2024, às 19h24.

O agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Ronaldo Braga Bandeira Júnior, que apareceu em vídeo de 2022 ensinando tortura, foi demitido pelo ministro da justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. 

Apesar da demissão, vídeo ensinando tortura nao foi a causa
O ex-policial se pronunciou nas redes (Foto: Reprodução/ Instagram @profbandeiraoficial)

Apesar da polêmica, essa não foi a causa da demissão. Segundo portaria assinada por Lewandowski, a exoneração ocorreu porque Bandeira Júnior participou da gerência ou administração de sociedade privada, uma infração disciplinar para o cargo.

Nas redes sociais, Bandeira Júnior disse estar surprendido. “Quando achei que tudo tivesse acabado e que, enfim, tudo estaria bem, fui surpreendido com a abertura de um processo de 2017/18 no qual era acusado de gerência de empresa”, publicou.

A PRF não divulgou qual seria a sociedade privada em que o ex-agente seria sócio. “Após muitas provas e diligências, havia sido também absolvido de forma ampla. Porém, após um pedido de reabertura (por qual motivo? Não sei!) conseguiram me demitir da instituição”, questiona Bandeira Júnior.

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Ainda, o ex-policial mandou um recado. “Em breve farei um vídeo e falarei tudo o que sei e jogarei toda a merda no ventilador!”, escreveu.

Servidores públicos civis da União são proibidos de participar na gerência ou administração de empresas privadas, além do exercício de comércio, a não ser através da qualidade de acionista ou cotista.

A demissão ocorre três meses após Bandeira Júnior ter sido suspenso da corporação. Apesar da corregedoria da PRF ter defendido a demissão por conta da tortura descrita no vídeo, o ministro Lewandowski suspendeu o agente por 90 dias.

No vídeo de 2022, o então policial rodoviário federal descreve como jogou spray de pimenta dentro de um porta-malas para “acalmar” um preso que estava quebrando a viatura. Segundo o relato, ao ouvir gritos de “estou morrendo”, o policial teria dito ao preso: “Tortura”.

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