Quadrilha responsável pelo comércio ilegal de vinhos é alvo de operação em SC e PR
16 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta quinta-feira (02) por equipes da Receita Federal, da Polícia Federal e da Polícia Militar de Santa Catarina. As ações foram desenvolvidas nas cidades catarinenses de Guarujá do Sul, Palhoça, São José, Joinville e em Curitiba, capital do Paraná. A Operação intitulada como Assemblage tem como foco o comércio de vinhos.
Foram apreendidas armas de fogo, documentos e grande quantidade de vinhos, que eram mantidos em depósitos em Palhoça e em Curitiba. Alguns dos vinhos encontrados tem valor no mercado superior a R$ 2 mil, e vinham de outros países produtores além da Argentina.
Os envolvidos são investigados pelo crime de descaminho praticado em associação criminosa, os quais totalizam sete anos de reclusão.
Investigação
A Polícia Federal investigou o grupo durante dois anos. Foi identificado um comerciante argentino da cidade fronteiriça de Bernardo de Irigoyen (Província de Missiones, na Argentina) que realizava o fornecimento de grandes quantidades de vinhos argentinos descaminhados para o Brasil por meio de transportadores de carga (conhecidos por puxadores). Tais puxadores são integrantes de um grupo que atuava de forma organizada e estruturada no transporte de bebidas, sob o comando de investigado residente no município de Dionísio Cerqueira.
Outras quatro pessoas, residentes em Guarujá do Sul (SC), recebiam a mercadoria desviada e eram encarregadas de ocultar as caixas de vinhos em cargas lícitas de móveis, feno e até de papel higiênico, as quais tinham como destino o litoral catarinense e as cidades de Curitiba e São Paulo.
Os investigados já foram alvo de outras operações similares da Polícia Federal: em 2019 foram apreendidos com o grupo quatro caminhões e outros dois veículos automotores, além de cerca de 2.300 caixas de vinhos.
Em números
Em março de 2021, a Receita Federal deflagrou a operação Dionísio, que apreendeu cerca de 22 mil garrafas de vinho estimadas em R$ 4 milhões. O sucesso da operação motivou a realização de uma segunda edição da operação em setembro de 2022, com o apoio da Administración Federal de Ingresos Públicos (Afip), órgão responsável pelo controle aduaneiro na Argentina, bem como de órgãos públicos brasileiros como a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar e Polícia Civil.
Todos os dados relevantes coletados durante as fases da operação Dionísio foram repassados para as autoridades policiais, possibilitando a deflagração de operações como a realizada hoje.