Receita faz operação contra empresas acusadas de sonegar R$ 4 bilhões

Publicado em 28 set 2021, às 10h04.

Uma operação da Receita Federal, deflagrada na manhã desta terça-feira (28), investiga fraudes tributárias de aproximadamente R$ 4 bilhões ao longo dos últimos cinco anos. Foram expedidos 61 mandados de busca e apreensão em cidades dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.

Batizada de Blindagem Metálica, a operação investiga um conglomerado empresarial, cujo nome não foi divulgado, que operaria um sofisticado esquema de sonegação tributária no ramo de reciclagem e produção de alumínio. Além da Receita, participam da operação o Ministério Público Federal, a Polícia Federal, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

As investigações iniciaram em 2018 e o grupo já havia sido fiscalizado anteriormente nos últimos dez anos. Segundo os investigadores, ao invés de promover a regularização, o grupo aprimorou a sistemática da fraude perante os fiscos federal e estadual.

O grupo usaria empresas “laranjas” para esconder os verdadeiros controladores do esquema e sonegar enormes quantias de dinheiro. A fraude seria de cerca de R$ 800 milhões por ano, sendo que R$ 300 milhões se referem a tributos federais (IPI, PIS e COFINS) e R$ 500 milhões, a tributos estaduais (ICMS), totalizando aproximadamente R$ 4 bilhões nos últimos 5 anos.

Para dar maior credibilidade a essas transações de compra e venda, o grupo mantinha um complexo esquema de pagamentos e recebimentos de notas fiscais das empresas “blindadoras” e “noteiras”, com o objetivo de simular a operação mercantil e dificultar o rastreamento pelo fisco.

A força-tarefa cumpre 61 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal de Taubaté (SP) e executados por aproximadamente 300 policiais federais, mais de 110 auditores e analistas da Receita Federal, além de membros da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e integrantes do Conselho Administrativo de Defesa Econômica.

No Paraná estão sendo cumpridos três mandados de busca e apreensão, sendo dois em Curitiba e um em São José dos Pinhais.

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