Revendedora de carros com 248 processos é acusada novamente de estelionatos

por Guilherme Fortunato
com informações de Bruna Froehner, da RICtv
Publicado em 19 ago 2022, às 15h46.

Clientes de Curitiba acusam uma loja de venda de veículos no bairro Xaxim de aplicar golpes durante a revenda de carros. Segundo as informações apuradas pela RICtv, as vítimas relatam que deixaram os automóveis para serem vendidos e a empresa não repassou o valor das vendas.

O advogado Nicaro Coelho, que representa um dos clientes, disse em entrevista ao Balanço Geral Curitiba que a vítima deixou o veículo há mais de 2 anos e até agora não teve retorno a respeito do dinheiro. Conforme a defesa, o prejuízo do cliente chega a R$ 30 mil.

No caso do cliente da advogada Scarlett Garutti, o valor do carro deixado por ele no estabelecimento em 2019 era de R$ 50 mil.

“Era uma loja que meu cliente pensou que podia confiar. O proprietário vendeu esse carro através de financiamento para uma outra pessoa e não passou o valor para o dono do veículo”,

relata a advogada Scarlett Garutti

Segundo Garutti, a loja acumula 248 processos na Justiça de Estelionatos do Paraná somente no período entre 2020 e 2022, todos envolvendo o proprietário da loja. Os advogados acreditam que o dono da empresa usa pessoas da família como laranjas, para não perder o dinheiro para a Justiça.

“Se passar na loja você vai ver alguns veículos a venda. Esse empresário continua vendendo os carros e aplicando golpes”,

acusa o advogado Nicaro Coelho.

O dono da loja alega problemas financeiros desencadeados pela pandemia de coronavírus, de acordo com os advogados das vítimas. A RICtv procurou o proprietário para que ele esclareça os fatos. O empresário conta que não fica com o dinheiro das vítimas e que recentemente passou por um desacordo comercial.

“Estou fazendo de tudo para manter o funcionamento da empresa. Passei por dificuldades, mas não estou aplicando golpes em ninguém. Estou com as portas portas abertas há 22 anos”,

defende o empresário.

O comerciante admitiu que os 248 processos citados pela defesa das vítimas existem e que as dificuldades passadas pela empresa são grandes.

“Eu não acho que fechar a loja é o certo. Estou aqui dando a cara a bater. Eu repassei uma parte do dinheiro para os clientes, fiz a troca do carro, mas não consegui vender o veículo da troca e então aconteceu isso”,

explica.