Fundador da Ricardo Eletro é preso por sonegação fiscal e lavagem de dinheiro

por Renata Nicolli Nasrala
com informações do R7
Publicado em 8 jul 2020, às 09h31.

O fundador da Ricardo Eletro foi preso na manhã desta quarta-feira (8) em São Paulo (SP), em uma força-tarefa entre o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Secretaria de Estado de Fazenda e a Polícia Civil.

Identificada como Operação Direto com o Dono, os alvos são empresários do ramo de eletrodomésticos e eletroeletrônicos.

Além de Ricardo, sua filha também foi presa durante a operação.

Ricardo Eletro é preso; grupo teria sonegado cerca de R$ 400 milhões em impostos

A Operação Direto com o Dono conta com a participação de três promotores de Justiça, 60 auditores-fiscais da Receita Estadual, quatro delegados e 55 investigadores da Polícia Civil.

Conforme levantamento da investigação, o grupo teria sonegado ao longo de mais de cinco anos cerca de R$ 400 milhões em impostos devidos ao Estado de Minas Gerais.

Na operação, estão sendo cumpridos três mandados de prisão e 14 mandados de busca e apreensão nos municípios de Belo Horizonte, Contagem, Nova Lima, São Paulo e Santo André.

Além dos mandados de prisão, a Justiça determinou o sequestro de bens e imóveis de um dos empresários, avaliados em cerca de R$ 60 milhões.

A investigação

A investigação ganhou força após o Supremo Tribunal Federal definir como crime a apropriação de ICMS cobrado de consumidores e não repassados ao estado.

A fraude, de acordo com as investigações, ocorria quando as empresas da rede cobravam dos consumidores, embutido no preço dos produtos, o valor correspondente ao imposto. Entretanto, ao invés de fazer o repasse, os empresários ficavam com os valores.

No momento, a empresa encontra-se em recuperação extrajudicial, sem condições de arcar com as dívidas, e fechou diversas unidades e demitiu dezenas de trabalhadores.

Entretanto, o principal dono do negócio possui dezenas de imóveis, participações em shoppings na região metropolitana de Belo Horizonte e fazendas.

Os bens não estão registrados em nome do investigado, mas de suas filhas, mãe e até de um irmão, que também são alvos da operação.

O crescimento do patrimônio individual do principal sócio ocorreu na mesma época em que os crimes tributários eram praticados, o que caracteriza, de acordo com a Força-Tarefa, crime de lavagem de dinheiro.