por Redação RIC.com.br
com reportagem de William Bittar e Nader Khalil da RIC Record TV, Curitiba

Suspeita de ter planejado o assassinato do ex-marido junto com o novo namorado em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, Carina Noel do Nascimento, de 30 anos, conversou com a RIC Record TV e negou o crime. 

“Eu não mandei fazer isso com o pai das minhas filhas. Nunca que eu iria fazer um negócio desses com ele. Jamais”, afirma Carina que teve duas filhas, uma de 11 e outra de 12 anos de idade, com a vítima. 

O pedreiro Ilizandro Fachin, de 43 anos, foi morto a facadas dentro de casa, na Vila Liberdade, na madrugada de 16 de janeiro de 2021. A polícia suspeita que quatro pessoas participaram no crime, entre elas, Carina e seu novo companheiro, Roger Fernandes de Paula, que foi preso em fevereiro por outro homicídio ocorrido na mesma região. 

Uma câmera de segurança registrou Carina chegando na residência pouco tempo antes do crime, por volta das 3h. Na sequência, dois homens vão até a casa e saem correndo alguns minutos depois. 

Como os criminosos não precisaram arrombar a porta para executar a vítima, acredita-se que Carina possa ter deixado a porta aberta como parte do plano. Ela, no entanto, diz que foi até o local apenas para pegar algumas roupas e ir dormir na casa de Roger, onde foi encontrada no dia seguinte. 

Segundo a mãe de Ilizandro, que prefere não se identificar, o casal teve um relacionamento de 15 anos, entre idas e vindas, mas nos últimos tempos, a nora vinha ameaçando o companheiro de morte

“Eu tenho certeza que foi a Carina. Ela sempre falava que ia mandar matar ele. Andava ameaçando ele. […] No dia que eu achei ele lá [o filho morto], a minha filha saiu correndo e falou: ‘Eu sei onde essa mulher está, mãe’. Foi lá e pegou ela na cama com o Roger, deitada no quarto. Pegou ela pelo cabelo, levou ela para fora, queriam linchar ela, mas a polícia chegou e não deixou. A maioria da vila sabia que ela estava ameaçando dele de morte”, conta a mãe. 

Outro fator que faz com que a idosa desconfie ainda mais da mulher é que uma semana antes do crime, Carina foi perguntar se as câmeras de segurança da casa da sogra filmavam a entrada da residência dela e do marido. 

“Ela perguntou: ‘As suas câmeras pegam lá no nosso portão?’. Eu falei: ‘Acho que pega sim. Ela falou: ‘Não pega não, é muito longe’. E, inclusive, não pegava mesmo, mas no outro dia eu chamei o homem das câmeras e falei para ele colocar de forma que pagasse no portão deles, porque com as ameaças que ela estava fazendo, eu fiquei esperando coisa”, lembra a mãe emocionada. 

Enquanto a família de Ilizandro alega que o pedreiro e Carina ainda estavam casados, mas ele suportava as traições porque gostava muito da esposa. Carina diz ao contrário: ela afirma que os dois já estavam separados, mas viviam no mesmo teto até que ele construísse uma casa para morar nos fundos do terreno. Além disso, ela diz que ele também já havia encontrado uma nova companheira. 

“É tudo mentira, eu nunca falei isso para ninguém. Eles estão fazendo isso só para me acusar. […] Eles estão acusando a gente porque eles estão com raiva. A primeira pessoa que eles iriam pensar ia ser eu porque eu estava separada dele. Eu já tinha um namorado e ele também já tinha uma namorada”, diz Carina. 

Marido violento 

Ainda conforme Carina, apesar do casamento com o ex-marido ter durado muitos anos, ele não era um homem de fácil convivência. Além disso, ela afirma que foi agredida física e psicologicamente várias vezes durante o relacionamento. Até mesmo na frente dos familiares do marido, mas eles nunca teriam intercedido. 

“Uma vez ele me amarrou na cadeira, meus pés e minhas mãos, e colocou uma faca no meu pescoço. Aí, os vizinhos, escutaram eu gritando e chamaram a polícia. Ele foi preso. Eles [família de Ilizandro] ficaram com raiva de mim desde essa época, qualquer coisinha que acontecia com ele era culpa minha, eu que não prestava, era isso, era aquilo”, 

Carina nunca registrou nenhum boletim por violência doméstica contra o marido, mas apresentou à RIC Record TV mensagens de áudio e texto, nas quais, Ilizando a ameaça de morte por não aceitar a separação. 

“Ele gritava, xingava, xingava as meninas também. Aí, chegou um tempo que eu não aguentei mais, pedi para separar dele. Ele falava que se eu não fosse dele, não seria mais de ninguém. A minha sogra me xingava, me xingava para a minha família também. Queria colocar minha família contra mim. Hoje em dia tem um irmão que não fala mais comigo de tanto que falaram para ele 

Mensagens trocadas entre Ilizandro e Carina. (Foto: Reprodução/RIC record TV)

Presos por queimar outro pedreiro vivo

Roger, seu irmão Douglas Fernandes de Paula e seu pai, Jair Gonçalves de Paula, de 51 anos, foram presos temporariamente, no dia dia 18 de fevereiro, pelo assassinato do pedreiro Oswaldo Lima dos Santos ocorrido em setembro de 2020, também na Vila Liberdade. 

Roger, à esquerda, seu pai, no centro, e seu irmão Douglas, à direita. (Foto: Reprodução/RIC Record TV)

De acordo com o delegado Herculano de Abreu, da Delegacia do Alto Maracanã, os três espancaram Oswaldo porque ele se negou a usar os R$ 600 que havia recebido do auxílio emergencial para comprar carne e bebidas para uma festa na casa dos suspeitos. Na sequência, eles colocaram o homem dentro de um carro que estava no quintal e atearam fogo

Acredita-se que o pedreiro tenha recobrado a consciência antes de ser queimado vivo e pedido ajuda para outras seis pessoas, que também estavam na confraternização, mas não foi atendido. Ele morreu carbonizado e sua identidade só foi descoberta após um exame de DNA. 

Agora, os três também são investigados pelo assassinato de Ilizandro.

23 fev 2021, às 16h12. Atualizado às 16h26.
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