Suspeito de produção de notícias falsas é alvo de operação da PF em Curitiba

Operação Última Milha chega a 4ª fase com o cumprimento de cinco mandados de prisão e sete de busca e apreensão

por Guilherme Becker
com informações da PF
Publicado em 11 jul 2024, às 10h44. Atualizado às 13h31.

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (11) a 4ª fase da Operação Última Milha, que investiga uma organização criminosa suspeita de monitorar ilegalmente autoridades públicas e produzir notícias falsas. Ao todo, são 12 ordens judiciais sendo cumpridas em cinco cidades, incluindo Curitiba.

Operação da PF cumpre mandados em cinco estados
Operação da PF cumpre mandados em cinco estados (Foto: Divulgação/ PF)

Conforme investigação da PF, o grupo utilizava sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para conseguir informações. Entre as ordens judiciais estão cinco mandados de prisão e sete de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nas cidades de Brasília/DF, Curitiba/PR, Juiz de Fora/MG, Salvador/BA e São Paulo/SP. 

Richards Dyer Pozzer é o alvo de Curitiba e, em nota, a o advogado de defesa Advogado Jeffrey Chiquini, afirmou que trata-se “de um senhor, um cidadão comum, engenheiro, casado, pai de família, um mero curioso, que em suas horas vagas, realizava pesquisas em portais de transparência, sobre atividades de pessoas públicas, através de informações públicas, exercendo o direito de cidadania na fiscalização do serviço público, moralidade e probidade da administração pública. Um verdadeiro preso político, acusado por exercer seu papel como cidadão na democracia”.

Leia também:

Operação Última Milha

Nesta fase, as investigações revelaram que membros dos três poderes e jornalistas foram alvos de ações do grupo, incluindo a criação de perfis falsos e a divulgação de informações sabidamente falsas. A organização criminosa também acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos.

Os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.

Pessoas monitoradas pelo grupo

O grupo monitorava autoridades, servidores públicos e jornalistas. Segundo informações da CNN Brasil, os ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Luiz Fuz eram espionados pelos criminosos.

O presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL), o ex-presidente da Casa Rodrigo Maia, a ex-deputada federal Joice Hasselmann e o deputado Kim Kataguiri (União-SP) e os senadores Alessandro Vieira (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL), também estavam na mira dos alvos da operação, assim como o ex-governador de São Paulo João Doria.

Servidores do Ibama e auditores da Receita Federal, além de jornalista como Monica Bergamo e Vera Magalhães também foram espionados pelo grupo, segundo a Polícia Federal.

Quer receber notícias no seu celular? Então entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui