Uso de força para dispersar festa após jogo do Brasil será apurada em Londrina
O secretário de Defesa Social, Pedro Ramos, garantiu que uma investigação interna vai apurar se houve excessos da Guarda Municipal e até onde o uso de equipamentos não letais era necessário na operação de apoio à Polícia Militar para dispersar a festa de torcedores em bares na rua Paranaguá, região central de Londrina, após a vitória da Seleção Brasileira na estreia da Copa do Mundo, nesta quinta-feira (24).
“Não estamos aqui acobertando nenhum excesso por parte da Guarda Municipal, mas não podemos compactuar em uma situação dessa (festa de rua)”, afirmou em entrevista coletiva.
Questionado sobre a agressão de um jornalista por um guarda, Pedro Ramos respondeu que teve acesso à imagem encaminhada pelo profissional, mas que “não adianta mandar o vídeo só no momento do empurrão”, pois será necessário investigar os antecedentes que podem ter motivado a suposta ação desproporcional.
“A situação é tensa, vocês da imprensa estão na rua, e a pessoa não pode ir lá de short e camiseta, dizer que é repórter e exigir uma atitude para falar com o comandante. Deveria ser empurrado, ninguém deveria ser empurrado, só que se tem um agente atuando ali e as ordens que estão sendo dadas, precisam ser acatadas. Como eu não tenho essas informações, se as ordens foram dadas e acatadas, nós vamos apurar”, declarou o secretário de Defesa Social.
Ele lembrou que há mais de dois anos, a rua Paranaguá tem sido alvo de multas de veículos, encaminhamento de pessoas e fiscalização dos estabelecimentos comerciais, atendendo o clamor da população que reside na zona mista, ou seja, na área que permite comércio e moradias. “Mas não dá para esperar que vamos chegar lá e ser recebido com animosidade, gente alterada, embriagada. Basta ver as imagens das garrafas espalhadas na rua, em um desrespeito também ao meio ambiente. A participação da Guarda apoiando a PM foi legítima”, defende.
O secretário afirmou que a Guarda Municipal planejou “dentro das limitações” medidas de segurança por conta da comemoração já esperada após as partidas da Copa do Mundo. Mas, a partir das 19h, ele relata que a GM recebeu muitas ligações por perturbação do sossego e uso indevido dos alvarás por comerciantes locais. Além disso, a aglomeração nas ruas estaria impedindo o trânsito de veículos na rua Paranaguá.
Pedro Ramos ainda fez ressalvas que a legislação municipal proíbe consumo de bebida alcoólica apenas após às 22h, mas que deveria impedir durante 24 horas por dia, pois o consumo no local teria começado por volta das 16h até a intervenção das forças de segurança.
“Na hora em que começamos a fiscalizar um dos bares com uma tenda e som, que não teria alvará para isso, o policial militar foi hostilizado ao entrar no local e começaram a jogar garrafas nos agentes e nas viaturas. Não pode recuar e perder a força a ponto do Estado ser vencido por arruaceiros. Dizer que era pessoas de bem, eu concordo. Mas, cometeram infrações, ingeriram bebidas e que fizeram perturbação do sossego”, declarou.