Veja mensagens enviadas por repórter para criminoso no Paraná

Repórter é investigado por vazar informações privilegiadas para grupo criminoso; confira as mensagens

por Guilherme Becker
com informações da PCPR
Publicado em 8 ago 2024, às 09h17.
POST 2 DE 2

O repórter de Maringá, no noroeste do Paraná, passou a ser investigado após a apreensão de um celular de um membro de uma organização criminosa. No aparelho, os agentes da Polícia Civil do Paraná (PCPR) localizaram trocas de mensagens entre o profissional da imprensa e um membro de um grupo suspeito de envolvimento em tráfico de drogas e homicídios.

Repórter é investigado após trocar mensagens com criminosos
Repórter é investigado após trocar mensagens com criminosos (Foto: Pixabay)

A análise do celular apreendido revelou que o repórter, utilizando o acesso proporcionado pela sua profissão, repassava informações confidenciais sobre apreensões de drogas, homicídios, autores e vítimas dos crimes, além das linhas de investigação policial. Ele também fornecia informações sobre a localização de equipes de segurança e divulgava detalhes de operações policiais antes de sua execução, comprometendo potencialmente o sucesso dessas ações.

Mensagens enviadas por repórter

As investigações mostraram que o repórter alertava os criminosos sobre a atuação policial e fornecia detalhes precisos de operações em andamento e futuras. Em uma das conversas interceptadas, ele avisou um dos líderes da organização sobre uma operação iminente: “Recebi uma informação agora, tô indo para o local. Diz que balearam um cara na Mandacaru agora, em frente do Kennedy”. 

Além disso, o repórter enviava fotos dos locais de crimes e das vítimas para os integrantes da organização criminosa, permitindo que eles tomassem medidas para evitar a captura e frustrar as investigações. Em outra mensagem, ele descreveu o local de uma apreensão de drogas e as movimentações da polícia em tempo real: “Essa carreta tava lá estacionada no G10, ali na Morangueira. Ele pegou essa droga em Foz do Iguaçu e ia levar para Minas Gerais”.

Repórter é alvo de operação no Paraná
Repórter é alvo de operação no Paraná (Foto: Fábio Dias/ PCPR)

Leia também:

Um dos trechos mais incriminadores das conversas revelou a gravidade da ligação entre o repórter e os criminosos. O repórter não apenas fornecia informações, mas também incentivava atos violentos. Em uma mensagem, ele disse: “Hoje foram para matar ele e erraram os tiros. Inclusive, deram uma recompensa de R$ 5.000 se alguém matasse ele”. Em outra ocasião, ele mencionou: “Então menino, tinha que ter feito ele né. Para a gente filmar ele no chão”, demonstrando claramente que ele incentivava o homicídio, reforçando a gravidade de sua colaboração com a organização criminosa.

Em outra conversa significativa, o repórter avisou sobre uma operação policial iminente: “Recebi uma nova informação aqui, parece que tem duas situações, parece que tem um suicídio, mas parece que teve um cara que foi alvejado com tiros ali, parece que é homicídio”. Esse tipo de informação permitia que os criminosos se preparassem ou evitassem a captura.

Com base nas evidências coletadas, o repórter será indiciado pelo crime de integrar organização criminosa, conforme o artigo 2º da Lei 12.850/2013.

Quer receber notícias no seu celular? Então entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui