Vereador que defendeu vinícolas ligadas a trabalho escravo será investigado por xenofobia
O Ministério Público do Rio Grande do Sul decidiu investigar, em duas frentes a declaração do vereador Sandro Fantinel (Patriota), de Caxias do Sul (RS). Ele disse, em sessão da câmara, aos baianos como ‘povo que vive na praia tocando o tambor’.
Uma das apurações se dará na esfera criminal e a outra em âmbito civil, com possível violação de direitos humanos. O MP gaúcho, avalia que as declarações do vereador são preconceituosas. A Polícia Civil já abriu inquérito para apurar as declarações pelo crime de racismo.
A declaração do vereador ocorreu em referência ao resgate de mais de 200 pessoas – muitas da Bahia – que foram submetidas a situação análoga à escravidão em vinícolas de Bento Gonçalves.
“Gente, só vou dar um conselho: agricultores, produtores, empresas agrícolas que estão me acompanhando não contratem mais aquela gente lá de cima (estado da Bahia, no Nordeste), disse Sandro Fantinel.
“Com os ‘baiano’, que a única cultura que eles têm é viver na praia tocando o tambor, era normal que tivesse esse tipo de problema (de trabalho análogo à escravidão)” afirmou.
“Que isso sirva de lição. Deixem aquele povo, que é acostumado com carnaval e festa, para vocês não se incomodarem novamente”, completou.