"Vi meu filho, coitado, segurando o peito", diz pai de jovem assassinado a tiros em assalto

A família de Everson Souza, de 20 anos, que morreu com um tiro no peito em um assalto na tarde de terça-feira (28), conversou com a equipe da RIC Record TV Curitiba e contou como tudo aconteceu. Abalado, o pai de Everson, João, estava inconformado com a atitude dos suspeitos, que mataram o jovem para levar uma moto, na área rural de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. A companheira da vítima afirmou ainda que Everson estava feliz, pois ia começar em um novo emprego na quinta-feira (30).

O pai de Everson explicou que estava dormindo na casa quando acordou com os gritos da esposa e ouviu o filho chamando por socorro. “Fui ver era meu filho já no portão pedindo socorro, ele disse ‘pai, mãe, peçam socorro que eu não estou aguentando’, em questão de segundos eu já vi que dois vagab***** saíram sem capacete, saíram com a moto do meu filho”, contou João.

Ainda sem entender como tudo aconteceu, o pai da vítima diz que tudo foi muito rápido e que o jovem estava indo e voltando para dentro e fora da casa ajeitando a moto. Na quinta-feira, Everson começaria um novo emprego de motoboy para uma empresa e passou o dia indo atrás de documentação. “Não tem explicação, […] o que ele voltou os caras deram de cara com ele ali, passaram a mão na moto, ele quis reagir, não sei”, disse o homem.

“Já vi meu filho, coitado, segurando o peito, falando ‘pai, chame a ambulância, mãe, chame a ambulância’, e veio, fez tudo esse caminho, foi para a cozinha, mexeu na sala, e grito e berro”.

contou o pai do jovem.

O pai do jovem saiu da casa e foi atrás de ajuda. A ambulância do Siate foi chamada e o helicóptero também foi acionado, mas Everson não resistiu aos ferimentos e morreu no local. “Era o único filho meu, difícil”, lamentou o pai.

A companheira do jovem, Deiziele Camile, descreveu como foram seus últimos momentos ao lado de Everson.

“Tá difícil, eu não sei o que vou fazer sem ele, ele era o meu tudo, a alegria dessa casa. Não tinha reclamação dele em nada. […] Ele me deu um abraço, me deu um beijo, daí ele falou ‘amanhã eu volto para te pegar’, brincando, que era uma brincadeira que a gente sempre fazia. Ele me deixou na casa do meu pai e falou ‘eu já volto, amor’, eu falei ‘tá bom, vida’, ele me deu um beijo, um abraço e foi. Só que daí ele não voltou mais. Ele estava tão feliz, ele falou que estava tudo dando certo, que a nossa vida ia melhorar, que tudo ia mudar para a gente”.

disse Deiziele.

Para o delegado Herculano de Abreu, da delegacia de Colombo, a situação foi muito triste. “Um jovem, com a vida inteira pela frente, sem passagens, estava com uma motocicleta, de família humilde, a hora que ele foi ver que estavam levando a motocicleta dele, ele foi no encalço para tentar não perder esse bem que, para ele, era precioso, acabou sendo covardemente assassinado com um tiro no peito”, explicou.

A Polícia Civil segue investigando o caso. “Por enquanto não podemos adiantar nada, porque pode atrapalhar a nossa investigação, posso dizer que estamos bem adiantados na nossa investigação e logo poderemos dar uma resposta para essa família enlutada”, finalizou o delegado. Os dois suspeitos de cometerem o crime ainda não foram localizados.

Denúncias e informações podem ser repassadas para a delegacia pelo telefone: (41) 3605-6551.