VÍDEO: Advogado do Paraná é suspeito de agressão em suposto caso de homofobia em SC

por Redação RIC.com.br
com informações do ND+
Publicado em 6 set 2021, às 10h55.

Um homem de 31 anos foi agredido em frente a um bar, em Jaraguá do Sul, Santa Catarina, na madrugada de sábado (4). As agressões contra o chef de cozinha Anderson Krahl, no entanto, foram registradas e o vídeo que mostra o momento do crime viralizou nas redes sociais. A Polícia Civil de Santa Catarina recebeu o caso e apura supostas práticas de crimes de lesão corporal e homofobia.

No vídeo, Anderson é imobilizado e agredido com socos. Uma jovem tenta intervir, mas não consegue segurar o suspeito. No vídeo, é possível ouvir os gritos de socorro de Anderson e as ameaças do agressor.

Em entrevista ao ND+, o chef de cozinha contou que estava na cidade a trabalho, e havia saído à noite para comer. Lá, ele conheceu um grupo de pessoas e começou a conversar. O agressor estava entre eles, segundo Anderson.

“Eu acabei questionando ele, sem maldade nenhuma: ‘ah, mas você não é gay? Foi quando ele deu uma cuspida no chão e falou: “Gay? Vocês são umas aberrações! Vocês são anomalias!”, lembra Anderson.

Anderson ficou com hematomas e precisou levar pontos (Foto: Reprodução/ND+)

Anderson contou que percebeu a reação negativa e saiu de perto. No entanto, o assunto reapareceu e se voltou à sua descendência alemã.

“Falei sobre meus avós, que a gente estava quebrando paradigmas em casa”, relatou.

O homem teria escutado e voltado a afrontar o jovem.

“Ele ficou nervoso de novo e disse: ‘Vocês estão falando mal de alemães agora, seu viado? Eu vou arrebentar tua cara no asfalto”.

Anderson diz que saiu, bastante nervoso, do estabelecimento. “Eu falei ‘oh gente, estou indo embora, não preciso ficar passando por isso”, lembra ele. Duas mulheres que estavam no bar se ofereceram para acompanhá-lo até a pousada onde estava hospedado. No entanto, segundo Anderson, já do lado de fora, o homem, que também estava indo embora, parou o carro, desceu do veículo e iniciou as agressões.

Anderson precisou levar pontos e registrou um Boletim de Ocorrência. De acordo com o delegado Marcelo Schiebelbein, só após a conclusão do inquérito será possível decidir se as agressões aconteceram em contexto de homofobia. Se for confirmado, o autor poderá responder também por lesões corporais e crime de racismo. Isso porque, em 2019, o STF (Supremo Tribunal Federal) equiparou homofobia à crime de racismo.

Anderson afirma que já passou por situações discriminatórias, mas a agressão nunca foi tão intensa.

“Percebi que tenho que ser mais discreto do que eu já tento ser, porque eu corro risco de passar por esse tipo de situação. Eu vi a raiva nos olhos dele”, completa.

Nota da OAB

A OAB de Santa Catarina se manifestou e emitiu uma nota de repúdio ao agressor, que seria advogado no Paraná. Disse que está acompanhando as diligências e que, se for confirmado que o agressor é advogado, vai instaurar um procedimento ético-disciplinar.

Veja o vídeo: