VÍDEO: Guarda de Foz do Iguaçu é investigado por atos antidemocráticos em Brasília

Publicado em 9 jan 2023, às 14h12. Atualizado em: 17 mar 2023 às 12h52.
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A Secretaria de Segurança Pública de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, determinou a abertura de um processo administrativo para investigar a conduta de um Guarda Municipal do município, que estava em Brasília no último domingo, onde aconteceram atos antidemocráticos.

Joelson Sebastião Freitas, que se intitula como “Joelson Bolsolavista”, compartilhou vídeos e fotos incitando as pessoas a participarem dos atos do dia 8 de janeiro, quando extremistas atacaram os Três Poderes da República.

(Imagens: redes sociais)

Segundo Marcos Antônio Jahnke, secretário de Segurança Pública de Foz do Iguaçu, a apuração dos fatos será rigorosa. “A secretaria imediatamente determinou a abertura de uma apuração preliminar de infração disciplinar, em desfavor ao referido servidor para a devida apuração dos fatos constantes no vídeo e os possíveis desdobramentos dessa participação nos movimentos já citados. Não toleramos esse tipo de atitude oriunda de um guarda municipal e seremos rigorosos na apuração deste fato.”

Além de mostrar o acampamento, o guarda também mostrou em várias lives a movimentação dos vândalos pelos prédios públicos. Segundo Jahnke, o servidor será investigado por incentivo a atos criminosos. “ Vídeos publicados em redes sociais nas quais o servidor público municipal subinspetor Joel Sebastião Freitas estaria participando, e incitando as pessoas a participarem dos hábitos antidemocráticos ocorridos no Distrito Federal.

Sobre a invasão

A passeata começou por volta das 14 horas e tinha por objetivo levar o caos para uma tomada de poder. Perto das 15 horas, o grupo desceu pelo Eixo Monumental, furou, sem resistência, o bloqueio da PM e ocupou gramado, rampas, acessos e teto do Congresso. Houve a primeira invasão, com cenas de vandalismo no Senado e na Câmara.

Em seguida, pela Praça dos Três Poderes, transformada em campo de batalha, os radicais tomaram o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). Quebraram vidraças, entraram em gabinetes e depredaram obras de arte. Houve focos de incêndio. Os plenários de Câmara, Senado e STF foram ocupados. Exibiram como troféu a porta do armário onde fica a toga do ministro Alexandre de Moraes – visto como algoz por bolsonaristas. Tudo foi transmitido em redes sociais, ao vivo, pelos invasores.

Do lado de fora do Congresso, os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro aplaudiram PM. Transmissões ao vivo, em redes sociais, mostraram os manifestantes chamando policiais de patriotas. Nas lives, os extremistas divulgavam os atos de vandalismo. Houve cenas de leniência de PMs, que tiraram fotos com manifestantes e compraram água de coco, enquanto o tumulto se formava.

Os atos de cunho golpista foram controlados pelas forças de segurança – PM, Polícia Civil, Força Nacional de Segurança, Polícia Federal e Polícia do Exército – cerca de três horas e meia depois. Os bolsonaristas agrediram, ainda, policiais, que reagiram com bombas de gás, spray pimenta e cavalaria. O primeiro prédio liberado foi o do STF, depois Planalto e Congresso. Do alto, um helicóptero da PF também fazia disparos e foi usado jato d’água.