Zoológico de Curitiba recebe tigre vítima de maus-tratos em casa noturna

por Carol Machado
da equipe de estágio sob supervisão de Guilherme Barchik com informações da Prefeitura de Curitiba
Publicado em 1 fev 2021, às 10h21.

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) destinou ao Zoológico de Curitiba o tigre que foi usado como atração em uma boate do Centro da capital. O episódio aconteceu no início de 2018.

O animal chegou à unidade de conservação do Alto Boqueirão na manhã desta quinta-feira (28), passou por avaliações de saúde e, após adaptação, em breve será liberado no recinto que foi preparado para recebê-lo.

Denúncias e imagens vazadas via internet levaram a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, o Ibama e o Ministério Público a tomarem providências em relação ao estabelecimento e aos responsáveis pelos animais – além do tigre, uma serpente era utilizada como entretenimento. O município multou o bar em R$ 200 mil. O caso aconteceu em abril de 2018.

“Após o episódio, manifestamos ao Ibama que tínhamos condições para receber o tigre no Zoo de Curitiba”, contou o diretor de Pesquisa e Conservação da Fauna, Edson Evaristo. “Fomos escolhidos para a guarda do animal em razão da experiência na manutenção de fauna e por termos condições de alojá-lo adequadamente”, completou.

O recolhimento, feito pelo Ibama e pela Força Verde da Polícia Militar do Paraná, só foi possível na última quarta-feira (27), com uma decisão liminar da 11ª Vara Federal de Curitiba.

Além do tigre, foram destinados ao Zoológico de Curitiba uma arara-canindé e um papagaio-verdadeiro que também estavam na casa do responsável, na Região Metropolitana.

Espaço e equipe capacitada

Em razão da sua estrutura física e pessoal preparado para o cuidado e manejo, a instituição curitibana já foi anteriormente escolhida por órgãos ambientais para abrigar animais como os cachorros-do-mato Faísca, Fumaça e Fuligem e a monocarvoeiro Monaliza, todos órfãos e sem condições de voltar para a natureza.

O novo tigre, chamado Rajar e que vive há anos em cativeiro sem condições de devolução à natureza, deverá agora ocupar o recinto deixado por Tom no Zoológico de Curitiba, animal idoso que faleceu recentemente.

Além de todos os cuidados da equipe, ele terá à sua disposição plataformas e troncos de árvores dispostos pelo espaço de quase 900m2 e uma piscina para se refrescar e se exercitar.