Justiça determina funcionamento parcial do transporte coletivo em Guarapuava
Diante da paralisação total do transporte coletivo de Guarapuava, no centro sul do Paraná, nesta quarta-feira (15), a Justiça ordenou que os trabalhadores voltem imediatamente ao trabalho, mantendo no mínimo 50% da frota circulando nos horários de maior movimento de passageiros. Fora destes horário, deve ser mantido 1/4 dos ônibus nas ruas.
A medida liminar é do desembargador Arion Mazurkevic, do Tribunal Regional do Trabalho, 9.ª Região. Ele determinou que os horários em que deve haver 50% da frota circulando são entre 6h30 e 8h30; 11h30 e 13h30; 17h e 19h. O descumprimento da ordem gera multa diária de R$ 5 mil ao Sindicato Profissional dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Guarapuava (Sintrar), não devendo a multa ultrapassar o limite de R$ 50 mil.
Além da determinação, o desembargador ainda marcou audiência de conciliação entre trabalhadores, representados pelo Sintrar, e a empresa de transporte coletivo da cidade, a Pérola do Oeste, para às 10h da próxima sexta-feira (17).
Cerca de 30 mil pessoas foram afetadas com a falta de transporte público nesta quarta-feira. A prefeitura já tinha conseguido, na terça-feira (14), liminar para que o serviço funcionasse de forma escalonada. Mas, os trabalhadores não cumpriram a liminar. Alegaram que estavam com medo de retaliação de outros colegas e sindicalistas e por isso não voltaram ao trabalho.
Desequilíbrio do sistema
Em nota, a Pérola do Oeste informou que houve uma reunião entre a empresa, vereadores, representantes da prefeitura e o sindicato, na tarde desta quarta-feira. Diz que embora tenha ocorrido um bom diálogo, o secretário municipal de trânsito local reconheceu o desequilíbrio do sistema e a defasagem da tarifa. Com isso, não foi possível estabelecer, de momento, uma solução viável ao impasse.
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Os trabalhadores cruzaram os braços porque reclamam de atrasos nos salários e nas férias, além de carga excessiva de trabalho. Ainda exigem a reposição salarial referente a data-base de novembro de 2021.
A empresa Pérola do Oeste, responsável pelo serviço no município, alega que há dois anos vem vivendo uma crise financeira, provocada pela queda no número de usuários, efeitos da pandemia e o aumento do preço do combustível.