Com a aprovação da Lei Estadual nº 22.331/2024 pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), o Paraná tornou-se o primeiro Estado brasileiro a garantir, de forma gratuita, o fornecimento de sensores digitais de glicemia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A medida vai atender 500 crianças e adolescentes com idades de quatro a 17 anos.

Na prática, esses sensores digitais diagnosticam a diabetes mellitus e representam uma revolução na forma como o tratamento da doença será conduzido.
Essas crianças e jovens, que dependem da insulina, passam por acompanhamento contínuo pelo SUS e serão beneficiados anualmente.
Para o secretário de Estado da Saúde do Governo do Estado, deputado federal Beto Preto, “além de um investimento de R$ 5 milhões por ano, a aprovação dessa lei pela Assembleia Legislativa, garantindo que os sensores passem a ser fornecidos gratuitamente, significa tratamento, segurança e qualidade de vida”.
O sensor digital de glicemia é um dispositivo moderno de monitoramento contínuo da glicose (MCG), que mede os níveis de açúcar no fluido intersticial logo abaixo da pele, enviando as informações para um aplicativo no celular ou um dispositivo receptor.
Ao contrário do método tradicional, que exige até 15 picadas diárias no dedo, o sensor permite um acompanhamento menos invasivo, mais preciso e em tempo real, tornando o controle da doença mais seguro e humanizado.
O sistema é composto por três partes principais: um pequeno sensor implantado sob a pele, um transmissor que envia os dados e um aplicativo que exibe o histórico e os alertas de variação da glicose. A tecnologia permite ajustes rápidos na alimentação, na dosagem de insulina e no estilo de vida, prevenindo crises de hipoglicemia e hiperglicemia.
Para receber o equipamento, o paciente precisa atender a critérios definidos pela lei:
- Ter entre 4 e 17 anos de idade;
- Ser beneficiário do Programa Bolsa Família;
- Estar em tratamento com insulina análoga;
- Possuir acompanhamento médico pelo SUS há pelo menos seis meses e apresentar laudo médico comprovando a necessidade de monitoramento contínuo.
O cadastro será atualizado anualmente, com recadastramento completo a cada dois anos.
O próximo passo será a regulamentação da lei, por meio de decreto do Poder Executivo, prevista para o primeiro semestre de 2026. A Secretaria da Saúde ficará responsável por definir os fluxos de distribuição, controle e capacitação de profissionais da rede pública.
O monitoramento digital é considerado essencial para pacientes com dificuldade de controle da glicemia, pois permite uma resposta imediata a variações nos níveis de açúcar no sangue. Essa tecnologia ajuda a prevenir complicações graves, como retinopatia, cegueira, insuficiência renal, neuropatia e amputações, além de reduzir o risco de avanço do diabetes.
Especialistas apontam que o uso contínuo de sensores pode reduzir em até 40% os episódios de hipoglicemia grave e melhorar o controle da hemoglobina glicada (A1C), indicador essencial da estabilidade da glicose.
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