Em meio à avalanche de mensagens automáticas, chatbots e fluxos de WhatsApp, uma constatação vem chamando atenção nos bastidores das equipes comerciais: quem ainda liga, vende mais. 

Gustavo Malavota durante palestra
Gustavo Malavota, sócio da Mola Educação (Foto: Divulgação)

Nos últimos anos, acompanhando de perto operações de vendas em diferentes setores, observei um padrão constante — as empresas que mantêm o contato por voz convertem até 38% mais do que aquelas que se apoiam exclusivamente em mensagens digitais. 

O dado parece contrariar o senso comum. Afinal, o WhatsApp tornou-se sinônimo de praticidade e velocidade. Mas a verdade é que, por mais eficiente que seja, ele aproxima sem conectar. A conversa escrita é rápida, mas também impessoal e distraível. A ligação, por outro lado, tem voz, emoção e ritmo. É nesse diálogo direto que o vendedor percebe nuances, interpreta silêncios, ajusta o tom e constrói confiança. 

Quando o cliente ouve uma voz humana, ele reconhece presença, empatia e intenção. E, no fim das contas, pessoas continuam comprando de pessoas. 

Isso não significa rejeitar a tecnologia — muito pelo contrário. A inteligência artificial e a automação são aliadas indispensáveis para gerar eficiência e escala. Mas há uma diferença entre eficiência e conexão. O segredo está no equilíbrio: a mensagem prepara, a ligação fecha. 

Empresas que treinam seus vendedores para retomar o hábito de ligar, ouvir e responder com método têm colhido resultados consistentes. O telefone, que muitos consideram ultrapassado, segue sendo um dos instrumentos mais poderosos para criar relacionamento e gerar negócios.

Porque, em tempos de IA, talvez o diferencial mais humano — e mais valioso — ainda seja simplesmente pegar o telefone e conversar.

  • Autor: Gustavo Malavota, sócio da Mola Educação

Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do Ric.com.br. Clique aqui